Tuesday, December 27

Inferno #60: Incertezas...

L - Então e ele é como?
A - (...) Sei lá..., é porreiro...
L - Hm. Mas tu também és porreira! Agora só falta juntarem a vossa porreirice!
A - Hm (!?)
L - Sim! E fazer uma porreiraça!






Será!?

Wednesday, December 21

Inferno #59: Plágios.

Hoje em dia é muito difícil encontrar uma ideia original (já nem digo original boa... se formos procurar qualidade, então é que nunca mais saímos daqui...).
Este ano, a novidade são os Pais Natal [e não é "pais natais" que se diz, não] "trepadores", todo um novo conceito, produzido na Lapónia (sim, pelos duendes em pessoa!) e exportado para Portugal via Trenó de Alta Velocidade (sim, foi aí que nasceu o TGV, mas como era caro e perigoso fazê-lo com trenós, decidiram adaptar para comboios).
Até aqui tudo bem, somos um país acolhedor, temos gosto em receber pessoas de diferentes etnias e religiões, mesmo que se vistam de vermelho, como se fossem palhaços, e tenham estranhos hábitos. O que realmente me irrita, é que de repente toda a gente fale no raio dos Pais Natal "trepadores". Tornou-se uma epidemia, está em vários blogs e inclusive programas de rádio e televisão (daqueles que só algumas pessoas, como eu, vêem e ouvem).
Posto isto, a única coisa que eu peço a esses senhores e senhoras que amavelmente nos (re)brindam com a história dos Pais Natal "trepadores" (que geralmente é acompanhada de uma ou mais imagens com a dita figura), é que inventem algo de novo, não plagiem coisas com as quais já fomos amavelmente brindados por outros senhores e senhoras. Pode até ser que a vossa ideia original não tenha pernas para andar e não tenha o mesmo sucesso que os Pais Natal "trepadores", mas pelo menos tentaram inventar alguma coisa vossa (e até pode ser que pegue...).
É que a história dos Pais Natal "trepadores" [chiça!, tenho que arranjar uma sigla para esta expressão!] não é assim tão hilariante (eu pessoalmente até acho mais graça ao anúncio em que um tipo pergunta como é que é possível que a caixa negra do trenó se tenha perdido...).
Enfim, com isto tudo eu própria fiz publicidade ao tema da moda do Natal de 2005 (mas foi por uma boa razão - como foi para maldizer, estou desculpada).
Ah!, e já que estamos numa de proibir de forma fascista certos temas de conversa (mediática) da quadra natalícia (e para despachar este assunto de uma vez), também não é grande ideia (porque não é original, lá está...) falar nos seguintes assuntos:
  • A seca de ir comprar prendas em cima do dia 24, porque as lojas estão cheias de pessoas, mas com pouca mercadoria (a preços exorbitantes) e as filas dão duas voltas, sobem e descem as escadas - meus amigos, sofremos todos do síndrome da prenda de última hora (e acontece todos os anos, por isso não é nada original). Comprar uma prenda (ou várias) perto do Natal é bom sinal, quer dizer que temos trabalhado muito, que temos dinheiro e faz-nos ver que não somos os únicos;
  • A seca de ter que aturar a tia Joaquina e o primo Zé, que nem sequer sabem muito bem quem vocês são. Mas onde está o espírito natalício, pá!? O Natal é mesmo assim, é feito para aturar familiares cujos nomes nem nos lembramos (e se forem homens com mau hálito ou mulheres com barba, então é realmente Natal) - acham que os Reis Magos faziam mesmo questão de passar meia-dúzia de noites frias de Inverno, a viajar para o cu de Judas, para chegar a um palheiro sem saneamento básico?;
  • As eleições presidenciais. Só se pode falar nisso depois do Natal. Sim, eu sei que é uma grande excitação e que é raro (perigosamente raro) umas eleições tão perto da ressaca de ano novo, mas tenham paciência! O menino Jesus nasceu quando o processo eleitoral estava muito longe de ser democrático e aguentou bem toda essa pressão (e com certeza que os pais dele tinham uma panóplia de assuntos sobre que falar, que não incluissem a política).

Há muitos assuntos de conversa para além destes, não desesperem! Esta é apenas uma pequena lista de censura (que urgia ser feita) a assuntos de conversa já demasiado explorados pelos média durante o Natal. Projectem as vossas mentes para outros assuntos e descobrirão uma série de temas interessantes e por explorar (mesmo que se relacionem com o Natal - por exemplo, a questão da "gravidez divina" de Maria permanece na obscuridade há 2005 anos...).

Se me lembrar de outros assuntos já extensamente tratados nesta época, acrescento à lista (e aceito sugestões para temas de conversa novos ou para temas a censurar).

Os plágios andam aí...

Sejam originais!

Tuesday, December 20

Inferno #58: falta de tempo

para ouvir as músicas que arranjei.
Bahh, odeio férias de ponto! Agora queria ouvir Nina Simone e Pixies e e ...
E não posso!



Raios partam as férias de ponto e o Natal e raios partam os sapos!

Sunday, December 18

Inferno #57: Smashing Pumpkins.

Matem o filho da puta do Billy Corgan!

Decidi tirar o pó aos meus Cd's dos Smashing Pumpkins e não foi preciso ouvir mais que duas singelas músicas para me arrepender amargamente.







Já me tinha esquecido de como estes gajos são bons (volta Billy, volta!).
É a puta da loucura!

Inferno #56: Crestfallen.

Ouvir...

E de repente já me pergunto tudo...





«who am I!?»

(e eu sabia que ouvir músicas deprimentes de madrugada, durante um sábado [e sem uma pinga de alcóol em cima], não podia dar bom resultado).

Inferno #55: timidez.

A timidez é uma corrente.
Sou muito num momento, no outro anulo-me.
De que valem instantes de bravura,
Se nos instantes seguintes toda a coragem do mundo que me acompanhava desaparece
E os joelhos já só tremem, e eu já só sorrio?

Inferno #54: a puta da lágrima que cai, mesmo quando está tudo bem...

«Tear

The lights came on fast
Lost in motorcrash
Gone in a flash unreal
But you knew all along

You laugh the light
I sing the songs
To watch you numb

I saw you there
You were on your way
You held the rain
And for the first time Heaven seemed insane
Cause heaven is to blame
For taking you away

Do you know the way that I can?
Do you know the way that I can't lose?
Do you know the things that I can?
Do you know the things that I can do?
Where is your heart? where is your heart gone to?
Tear me apart
Tear me apart from you

You laugh the light
I cry the wound
In gray afternoons

I saw you there
You were on your way
You held the rain
And for the first time Heaven seemed insane
Cause heaven is to blame
For taking you away

The lights came to pass Dead opera motorcrash
Gone in a flash unreal I
n nitrous overcast

Do you know the way that I can?
Do you know the way that I can't choose?
Do you know the things that I can?
Do you know the things that I can't lose?

Tear me apart
Tear me apart from you
Where is your heart?
Where has your heart run to?»

Smashing Pumpkins, «Tear»

Sunday, December 11

Inferno #53: burro!

Eu prendo o burro
Tu prendes o burro
Ele/Ela prende o burro
Nós prendemos o burro
Vós prendeis o burro
Eles/Elas prendem o burro



...sem motivo aparente para tal...

Saturday, December 10

Inferno #52: as festas - 2.

Festival de dois dias, entrada à borla para gajas. Decido ir um dia só, que a minha vida não é isto.
21.30 - Janto.
22.00 - Começo a arranjar-me com o intuito de estar preparada pelas 22.30.
22.30 - Ainda não estou preparada.
22.40 - Continuo a não estar preparada.
22.45 - Saio de casa a voar para apanhar o autocarro.
22.47 - Chego à paragem e apercebo-me que o autocarro saiu às 22.40.
23.00 - Apanho o autocarro seguinte.
23.20 - Chego ao local, onde encontro as minhas amigas, e apercebo-me que não abre antes das 00.00.
23.30 - Vou tomar café.
00.20 - Venho do café; entro na festa.
Exploro o sítio, dou voltas para cima e voltas para baixo, encontro pessoas conhecidas que me levam à sua barraquinha dos brincos, "não, eu não quero comprar brincos, já tenho muitos em casa, faço alergia! Mas a barraca está muito fixe, pode ser que consigas vender alguma coisa". Encontro mais conhecidos. Bebo uma caipiroska. Viva a vodka! A cabeça roda ligeiramente. Danço hip hop de uns gajos que nunca ouvi falar, meia hora depois estou a dançar house e passados vinte minutos atinjo o nirvana com reggae.
Bebo outra caipiroska. Ooohhh... o mundo é tão bonito! Toca lá mais um bocadinho, sr. do jambé.
Salto freneticamente ao som de músicas merdosas de tunning. A mitralhada observa tudo, como se nós não percebessemos que estamos a ser observadas... A cabeça abana por si mesma, por várias vezes ameaço cair dos degraus, mas é a música que o exige.
Voltamos ao reggae, onde o cheiro a 'incenso' é brutalmente anestesiante. Vá, venha de lá mais meia hora de dança, desta vez a arrastar os pés ou a saltar, "que a vida dura um dia e o festival dura dois e a caipiroska não dura para sempre".
O Jota vem falar connosco, esforçando-se por mostrar o seu melhor ar de galã, "Então meninas, estão a dibertir-se?" "ah ah, sim sim [sorriso amarelo]".
Depois há o estúpido que começa a falar em francês, mas se descai e afinal é português.
Depois há também a parte em que, ao som de um rock rasca, eu tento provar o rum com cola do sr. E., mas não consigo porque entorno tudo para a camisola e nada para a boca. "Eu não fiz de propósito", digo desorientada.
Depois há também os dois italianos com boa pinta que vêm dançar connosco, mas acabamos por perceber que afinal é um italiano com boa pinta e um português com uma pinta duvidosa, que sabe falar italiano .
E há ainda a parte em que encontro o maravilhoso e esplendoroso sr. careca, que apanha o mesmo autocarro que eu todos os dias. Meu Deus (é nestas alturas que eu acredito que há Deus), como ele é divino! É tudo, tudo nele é belo e harmonioso, e o fumo do 'incenso' (que eu inalo dos 'canhões' outros) também ajuda a divinizar a questão.
Acabamos por perceber que a festa está a acabar, "xiii como está aquela tipa, raramente falo com ela, mas nas festas tornamo-nos sempre muito amigas, e geralmente ela embebeda-se muito mais que eu, mas a tipa tem mesmo que beber muito, com toda aquela massa corporal...".
05.30 - Chego a casa. Home sweet home, como eu adoro estes degraus até ao 3.º andar!! Amo-vos, neste momento era capaz de vos beijar.
05.45 - Banho tomado e dentes lavados. Vou arrumar a loiça da cozinha e limpar a bancada.
06.10 - Agora lavar o chão da cozinha e varrer o do quarto.
06.30 - Já que estamos numa de ser limpinhas, pôr a roupa suja no cesto, arrumar as malas e fazer a cama.
06.40 - Um bocadinho de televisão não faz mal a ninguém...
07.00 - Cama...hmmm...cama...

Saturday, December 3

Inferno #51: pesadelo - parte 2.

Quando a nossa vida se torna um pesadelo, o que há a fazer?
Não será a opção mais correcta deixarmo-nos arrastar pela corrente?
Não será melhor pesadelarmos, ao invés de tentarmos acordar de um pesadelo ao qual nos acomodámos?

A Persistência da Memória, quadro de Salvador Dali (retirado deste site)

Inferno #50: pesadelo.

Eu pesadelo
Tu pesadelas
Ele/Ela pesadela
Nós pesadelamos
Vós pesadelais
Eles/Elas pesadelam

Thursday, December 1

Inferno #49: gritar.

Pormenor de O Grito, de Edward Münch (neste site)
Gritar e esquecer que estou cá. Hoje preciso de gritar muito e fazer desarrumações, só para me arrumar por dentro.

Inferno #48: Inquietude

Cega-me,
Hoje preciso de fingir que o mundo não existe.
E se eu sair lá para fora,
Protege-me,
Faz-me esquecer os dias fúteis de ar cinzento e cheiro a fumo de tabaco.

Cobre-me a cabeça de verniz,
Plastifica-me,
Expõe-me numa vitrine qualquer.
Mas, por favor, não me deixes só,
Porque o mundo não faz sentido se tu não estiveres a meu lado a diabolizar-me.

Eu já não sei ser eu,
Sou só uma parte incompleta de ti,
E se não estiveres aqui, eu anulo-me...

Thursday, November 24

Inferno #47: Deus - parte 2.

De facto Ele existe.

Bati com o carro.






Mas continuo a sentir-me descrente...

Inferno #46: uma coisa parecida com paixão mas que nada tem a ver com ela.

Há dias lembrei-me do 'joão'.
Estive apaixonada de uma forma estúpida por ele.
Lembrei-me do (frequente, no meu caso) erro crasso de timing. Lembrei-me de ter caído de quatro por ele quando ele já não nutria o mínimo interesse por mim (sim, eu gosto sempre de ir atrás daquilo que é mais complicado).
Lembrei-me de me sentir estúpida, porque não há nada nele que eu queira num homem, só a sensação incrível de protecção e conforto que ele me conseguia (o pior é que continua a conseguir...) transmitir.
Lembrei-me de ter ficado a saber uns meses depois que uma amiga minha o andava a papar em segredo há umas semanas. Lembrei-me de me aperceber que todos os meus amigos já conheciam a situação há muito tempo. Lembrei-me de me ter sentido o palhacinho triste. Lembrei-me de ter passado dias inteiros a chorar, enquanto os meus amigos (aqueles que já sabiam da situação toda...) me enviavam mensagens do género "Força, há que ser forte!" ou "Não fiques triste"(Não, o que eu estava mais era alegre...).
Lembrei-me de ter precisado de falar com alguém mas não existir ninguém disponível.
Lembrei-me de todas as coisas foleiras e ridículas que, no meu delírio amoroso, disse sobre ele a outras pessoas.
Lembrei-me de pensar "E se eu não existisse!?".
Lembrei-me do poder que um pensamento e meia-dúzia de palavras tiveram sobre mim.

Enfim, apercebi-me, na altura, da efemeridade completa de um sentimento, da fealdade humana, da insinceridade de alguns, da boa vontade (impossível...) de outros. Apercebi-me que é possível viver numa redoma pequenina de cristal, aparte do mundo, onde o ar rareia cada vez mais. Eu vivi numa redomazinha de cristal, enquanto as pessoas ao meu redor me manuseavam com muito cuidadinho, pensando "pode ser que desta ela não acorde e não descubra o que se tem andado a esconder".

Claro que o voltei a ver, e vejo-o por vezes, mas o meu esforço para não gostar dele é tão grande, que acabo por perceber que é daquelas pessoas impossíveis de odiar.

Foi algo de muito forte, mas passou. Talvez se eu estivesse preparada para a situação, ela não me tivesse afectado tanto; talvez se não me tivessem escondido algumas coisas (tão importantes na altura...) durante tanto tempo eu não me sentisse tão presa a ele e a tudo o que temos em comum.

Há dias lembrei-me dele com tanto amor, que por momentos pensei ter voltado a cair na 'esparrela'. Acabei por perceber que é algo normal, não quer dizer que esteja outra vez apaixonada por ele.

É apenas um sentimento parecido com a paixão, mas que nada tem a ver com ela.

Inferno #45: o dilema...

"Se não estás com niguém queixas-te. Se estás com alguém pensas "Será que me ama!? E será que ama tanto quanto o amo?!""

Friday, November 18

Inferno #44: Deus.

Decidi que se existe um Deus, ele tinha de me dar um sinal.
É que eu preciso, e sei que sou muito ego-ísta, de algumas respostas para os meus dramas e infernos pessoais, como "Estou apaixonada?", "E por quem, já agora!?" e "Mas qual é a finalidade da minha criação, é só gozar com a minha cara?" (...).
E então gritei bem alto "Se existes, dá-me um sinal, sei lá, acende um candeeiro, faz com que comece a chover... Qualquer coisa. É que se existes, o que eu duvido muito, já vai sendo hora de apareceres...".





...Apagou-se um candeeiro e logo de seguida acendeu-se outro.
Isto significa o quê?
E já agora, de que é que isso me serve se eu continuei sem respostas?

Sunday, November 13

Inferno #43: Saturday Night Dead.

O Sábado à noite perdeu todo o encanto.

Deixou de ser A noite da semana, para passar a ser só uma noitezinha, quase igual a todas as outras. Já não há os sítios fantásticos, maravilhosos e novos onde se ia no sábado à noite; as pessoas já não se ostentam em roupas ridículas (agora vestem-se todos de igual); já não se vêem ruas cheias de pessoas no sábado à noite(...).
O sábado à noite está a morrer.
Deixa de ser apetecível sair no sábado à noite - não há sítios novos para ir (só os sítios de sempre); não há músicas novas para descobrir (porque são todas praticamente iguais umas às outras). Até as pessoas deixaram de ter um ar interessante, porque parecem todas clones de alguma coisa.
Estarei perante o significado literal de Saturday Night Fever?

Sunday, October 23

Inferno #42: álcool

Nunca mais bebo álcool!

Acabei de perceber que não posso simplesmente andar por aí a beber e dizer tudo o que penso (ou se calhar até nem penso, são meros ataques momentâneos) às pessoas.

Elas não merecem.

E eu vou arder no inferno, mas é mais que merecido!

Inferno #41: eu.

Sou o ser mais desprezível e arrogante que alguma vez terei oportunidade de conhecer.
Digo o que penso e ao fazê-lo sou altamente irreflectida.
Não tenho noção das consequências que aquilo que digo pode ter.
Sou arrogante e prepotente e egoísta e aborrecida.
Só sei estragar a vida das pessoas e deixá-las infelizes.
Sou um trapo. Não devia ter o direito de respirar, quanto mais de existir.

Odeio-me e quero desaparecer da vida das pessoas de quem gosto, acho que isso seria a única resolução equilibrada que eu tomaria na vida. Percebo que sou cada vez mais odiada e a minha carapaça deixa de ter tamanho suficiente para me esconder.

Por que é que eu tinha de beber uns copos e dizer aquilo que acho? Não podia simplesmente ficar na minha e aturar coisas que só me dão uma comichãozinha nas costas?

Por que é que eu tenho de ser tão cabra, por que é que não sou o ser equilibrado, racional e comedido que tento ser? Foda-se, que inferno!

Saturday, October 22

Inferno #40: sorte! (a prova de que eu tenho muita)

Esta semana voltei a ter a oportunidade de pensar de mim para mim "Epá, sou mesmo uma gaja cheia de sorte":

  • Dormi na casa de uma amiga. Precisava mesmo de acordar cedo, porque tinha uma avaliação no dia seguinte, mas como ela programou o despertador dela para as 7.00, nem me preocupei com o assunto.

Resultado: claro que no dia a seguir não acordei coisa nenhuma às 7.00, eram 8.30 quando estupidamente saltei da cama, porque já estava irremediavelmente atrasada.

  • Vesti-me à pressa, et caetera, saí de casa.

Ao descer as diabólicas (e molhadas) escadinhas ao pé da casa quase caí. E aqui toda a gente pensa "Afinal ela tem sorte...". Não, não, porque consegui torcer o pé!

  • Depois também houve a parte em que o acesso normal estava bloqueado, e por isso tive que arranjar um caminho mais comprido, que inclui lama e ervas, e também a parte em que me enganei no atalho e acabei por dar a volta maior (isto porque é um caminho sempre a direito, e portanto ou se vai para a frente, ou se volta para trás, bifurcações ou a possibilidade de virar para algum lado não existem).

Entretanto começou a chover como se não houvesse amanhã (e eu sem guarda-chuva, porque quando saí de casa achei que ia ter sorte suficiente para não apanhar chuva no caminho, porque afinal é um percurso de 15 minutos...).

  • Cheguei à sala, já a aula tinha começado há quase uma hora, e recebi a maravilhosa (na verdade, indescritível) nota da avaliação da semana anterior. Sentei-me a fazer a avaliação desta semana e apercebi-me que tresandava a fritos e o cabelo estava peganhento.

ODEIO SEXTAS-FEIRAS!

Inferno #39: timing!?

"Timing" é uma bonita palavra. Isto é, é a palavra a que recorrem com frequência para me passar um atestado de idiotice.
"Timing" é, na verdade, o mesmo que "incapacidade de reagir depressa às situações, de modo a agarrar as oportunidades".
Não há cá "questões de timing", há questões de inteligência e falta dela.

Tuesday, October 18

Inferno #38: o meio do mês...

Por que é que as grandes oportunidades surgem no meio do mês, e por que é que é precisamente nessa altura que o dinheiro escasseia?

É que, assumindo a minha enorme quota parte de culpa pelo facto de não ser poupada e organizada, não há sentido nisto!
Por que é que os filmes interessantes e os jantares e saídas não são todos combinados, ou para o princípio, ou para o fim do mês? É que é nessas alturas que uma pessoa tem de facto dinheiro suficiente para esbanjar com alguma inconsciência.
Agora ando a contar os tostões para poder ir ao cinema e comer fora.
Assim não dá...as pessoas têm que se organizar de outra maneira, porque senão não dá, ou bem que começam a combinar as coisas em semanas decentes, ou então combinam para o meio do mês, mas avisando com duas semanas de antecedência, porque assim não dá!

Saturday, October 15

Inferno #37: Last Days.

Sim, é o filme semi-biográfico (acho que acabei de inventar uma palavra) de Kurt Cobain, realizado por Gus Van Sant.
Sim, haveria todas e mais algumas razões para pensar que é um bom filme: o actor principal, Michael Pitt, não tem um mau percurso; o anterior filme de Gus Van Sant é bastante bom e o argumento parece interessante - ninguém precisa de apresentações formais, por alá, é a história de Kurt Cobain, um ícone da cultura musical e juvenil como é raro encontrar (e para além disso há toda a mística [provavelmente provocada por razões meramente comerciais] em torno da morte dele e das razões da morte e blablabla...).
No entanto, estamos perante uma massa semi-amorfa (acabei de inventar outra palavra), à qual muito boa gente não chamará filme.
A fotografia é boa, para o desempenho do actor também não vão críticas, os cenários idem, epá mas o filme, o filme em si, diálogos, cenas (tudo isso que cabe acima de tudo ao relizador planear) são uma bosta intelectual!!
Há muito tempo que eu não via uma coisa com tão pouco ritmo: nos primeiros 45 minutos do filme (sensivelmente metade do mesmo) temos oportunidade de observar Michael Pitt (e o seu corpito enfezado) a vaguear pela floresta, a tomar banho de boxers e ténis, à lareira, a grunhir coisas imperceptíveis e a dizer outras coisas, perceptíveis mas desconexas.
Só após esses 45 minutos de intenso sofrimento é que conseguimos, finalmente, ver um plano de jeito da cara do actor (que, faça-se juz, é mesmo muito bonita) e ouvir a voz de outros actores (sem ser por telefone).
De repente apercebemo-nos de semelhanças com o Elephant (para além de actores jovens e belos): ele utiliza em Last Days a técnica de repetição das cenas com elementos novos, que já havia usado no filme anterior - mas o mais estúpido é que neste filme NÃO SE JUSTIFICA ESSA TÉCNICA, porque há só uma personagem principal, e é em torno dela que gira tudo e é aquilo que gira em torno dela que interessa, e as outras personagens não têm carga dramática suficiente para que se use essa técnica.
Enfim... o filme acaba por ser uma junção de coisas que não são nada de novo: a beleza e juventude, as drogas, a loucura, a ressaca, a solidão, a crise das relações familiares. Enfim, a reacção mais profunda que pode provocar em alguém é um valente bocejo (ou até um ronco, como aconteceu ao velho que estava sentado ao pé de mim no cinema).
É que eu não consigo perceber o que é que passou pela cabeça do sr. Gus Van Sant, será que estava sob o efeito de drogas? Conseguiu um filme visualmente bonito (e com uma interpretação boa), mas o enredo, que podia ter sido extraordinário (é que há, de facto, o livro Últimos Escritos, de Kurt Cobain, e não é uma desilusão, como este filme), nem razoável é - acho que é daqueles filmes que levaria uma bolinha, se o único elemento de avaliação fosse a história.

Inferno #36: sorte!

Há coisas que me aconteceram esta semana que me fazem pensar "epá, sou mesmo uma gaja cheia de sorte":
  • Decidi que ao invés de ir ao meu turno de uma aula, que é às sextas-feiras, iria ao turno anterior, o das quintas-feiras.

RESULTADO: Eu até programei o despertador, mas como sou uma gaja cheia de sorte, a luz faltou nessa noite durante hora e meia (ou seja, algures nas 5 horas que eu dormi) e no dia seguinte quando acordei, o relógio estava atrasado e o despertador desprogramado.

  • Decidi tomar café antes de uma aula das oito da manhã - para conseguir captar alguma coisa de jeito.

RESULTADO: Fui ao bar e já ia pedir o café, mas como sou uma gaja cheia de sorte, percebi que só tinha 9 cêntimos na carteira. Então fui levantar dinheiro (ir à aula sem café é que não!), mas como eu sou uma gaja cheia de sorte não havia dinheiro na máquina (e só voltou a haver quando uma outra pessoa, que não eu, precisou de levantar dinheiro).

  • Decidi levar uma blusa menos decotada, para que não se repetissem incidentes aborrecidos.

RESULTADO: olharam-me para as mamas descaradamente, como se eu não estivesse ali.

Mas será que alguém me pode dizer o que se passa de errado com o universo? É que não é suposto ser assim, ou será impressão minha? Ou isto é só uma longa maré de azar?

Inferno #35: valores.

A conversa surgiu do nada. Algum alcóol à mistura, cigarritos e etecetera.
Acabámos a falar daquelas tretas que se fala quando a bebida bate, ou quando o dia foi comprido: religião, dogmas e valores...
e de que na sociedade actual é muito difícil reconhecer de facto os valores (de inspiração católica, está-se mesmo a ver...) que nos ensinam desde pequenos: a treta de não fazer mal aos outros, ajudá-los, não roubar (...), mas que na prática não verificamos emanar dos outros.
Pois... pensei que cada vez mais me sinto como um mero degrau de escada que alguém bem mais ambicioso que eu vai percorrer. É triste, pensava que era possível ser aquilo a que na nossa cultura se chama uma "pessoa boa", até ter percebido que não é um conceito transversal à minha cultura, muito menos ao universo, e que portanto pouco importa ser uma "boa pessoa", importa mais ser uma "pessoa ambiciosa".
Na verdade, acho que se estão todos a cagar para o facto de eu ser uma boa ou má pessoa, isso só constitui factor de interesse ou importância quando eu me encontro nos objectivos de alguém (sinceramente não sei se estou).
Triste mesmo foi ouvir uma das pessoas que mais admiro dizer que, infelizmente, os valores que lhe tinham ensinado (católicos, claro está... há que cair sempre no mesmo erro...) não serviam para absolutamente nada - "de que é que serve que eu seja bom e honesto e ajude, se vai haver sempre um filho da puta a lixar-me por trás!?".

Monday, October 10

Inferno #34: o tempo - parte 2.

Maldito furacão Vince!!!
Não podia ir para os E.U.A., tinha que se lembrar da Europa.
Ah, se o ódio matasse esse furacão teria sido engolido por uma frente fria logo à nascença!

Inferno #33: o tempo.

Fotografia tirada deste site.
Começou a chover.
Já estou com dores de cabeça, e sinto-a a pesar toneladas.
Nãooooooooooooo!!!
Ainda para mais hoje tenho de ir para Lisboa.
Não quero!
Quero ficar onde me sinto em casa, onde faz mais frio mas também há mais calor.
Quero deitar-me no sofá e esquecer que amanhã tenho aulas.
Quero dormir por baixo de uma pilha de cobertores, com a minha gata em cima, sem ter de pensar que amanhã vou para a faculdade vestida como um esquimó.
Quero beber chá e comer torradas e fazer isso todos os dias, sem pensar nos quatro trabalhos que tenho de fazer.
AJUDEM-ME!!
(Acho que estou perante a primeira crise existencial de Outubro.)

Saturday, October 8

Inferno #32: vertigem.

Estou...
Com o coração pesado
Um vómito prestes a sair
uma dor intensa no peito.

Sinto...
A minha respiração hesitante
De menina amedrontada.

Penso...
"Não devia pensar nisto."

Oiço...
A música eléctrica que tapa o barulho da minha respiração.

Sou...
De uma sensibilidade imbecil
Que me esquarteja por dentro.
Quero viver a luxúria que me está prometida,
Não quero nem pensar no ódio que se constrói em mim.

Gostava
De ser amor,
Mas tenho um sabor amargo na boca
De um beijo que não existiu.

Inferno #31: filho da puta!

Tenho uma coisa para dizer a esse filho da puta: és tão irritante, mas tão irritante, que me fazes cair de quatro.

Odeio a cor maravilhosa dos teus olhos e odeio tudo em ti, por isso é que as pernas tremem e as palavras se atropelam para sair pela boca.

Deixas-me fora de mim com poucas palavras, ah como eu te odeio!

Um dia eu vingo-me e a partir daí vais odiar-me tanto como eu te odeio agora.

Inferno #30: 3.00 da manhã.

Insónia paralisante.

Nunca mais bebo café à noite.

Friday, October 7

Inferno #29: sentido de oportunidade de um cabrão!

Domingo há eleições, certo?
Mas por que é que os professores têm que aproveitar esse tipo de oportunidade para mandar trabalhos, ou seja, tenho de fazer trabalhos de observação das emissões televisivas no dia de eleições.
Que sentido de oportunidade do cara***!!
E nos anos em que não há eleições, o que é que ela manda fazer aos alunos da cadeira?

Inferno #28: música.

Já vos aconteceu estar numa sala a ouvir música e ter TANTA vontade de saltar e dançar perdidamente, mas não poder??

AAHHHHHHHHHHHHHH, que desespero!

Tuesday, October 4

Inferno #27: mamas - parte 2.

É que se as gajas fizessem semelhante, não haveria conversa possível.
Imagine-se, se as gajas, durante conversas com gajos, olhassem directamente para a parte de baixo, isto é, para certas e determinadas saliências que por vezes se verificam nessa zona do corpo masculino.
Seria absolutamente caótico: o contacto visual não existiria...

Agora que penso nisto, há de facto muita coisa neste mundo que se deve ao género feminino; se não fôssemos nós e o nosso fantástico discernimento e controlo sobre os nossos próprios impulsos, não existiria contacto visual.
Ah ah ah!, ofusquem-se com o meu brilho!

Inferno #26: mamas.

fotografia de Cindy Sherman (da série de retratos históricos)

Por que é que os gajos tem sempre que dar a sua espreitadela para as mamas das gajas quando estão a falar com elas?

Wednesday, September 28

Inferno #25: aula de sociologia.

11.10h
Entro.
Porra, já cheguei atrasada!
Sento-me silenciosamente.
O professor olha-me de alto a baixo.
E eu a pensar... hmmm...já me deve ter marcado.

E então começa a falar da esfera pública e da esfera privada
e do espaço público
E bla bla bla bla bla bla bla...
Ainda não tinha reparado como é giro o cabelo daquela tipa, é que é mesmo giro pá! Quer dizer, a tipa é gira de qualquer modo, um bocadinho parvinha, mas gira.
Bem aquele gajo já deixava de usar baba de cão no cabelo, que nojo.
Caraças, não acredito! Mas será que aquela parvalhona tem que ir para o mesmo ginásio que eu?? Puta, puta que a pariu.
Que costas TÃO largas
Que cabelo tão fininho
Que gancho horrível
que ténis horríveis
Hmmm...tou cheia de fome, e de sono, e de vontade de me ir embora.

Bla bla bla bla...
O privado e o público entrelaçam-se na sociedade moderna e é isso que os distingue das sociedades tradicionais.
E bla bla bla...
Ainda falta meia hora para acabar.
Oh não, e agora o que é que eu faço? Já não consigo tirar apontamentos.
Ora, para que é que me estou a enganar!?, eu já nem consigo é ouvir o homem!
Mas quem é que me mandou vir para este curso?
Epá os caloiros deste ano são mesmo giros, foda-se!
Ai ai, que olhos, que olhos...
que mãos, que mãos...
hmmm... que rabo...

ahhhhhhhh, que seca!
'Ficamos por aqui hoje'

Alguém aguenta uma aula de três horas de sociologia?

Monday, September 26

Inferno #24: martelinhos.

"Hammering In My Head

I'm stressed but you're freestyle
I'm overworked but I'm undersexed
I must be made of concrete
I sign my name across your chest

Give out the same old answers
I trot them out for the relatives
Company tried and tested I use the ones that
I love the best

Like an animal you're moving over me
Like an animal you're moving over me

When did I get perverted
I can't remember your name
I'm growing introverted
You touch my hand and it's not the same

This was so unexpected
I never thought I'd get caught
Play boomerang with your demons
Shoot to kill and you'll pop them off
BANG! BANG!

Like an animal you're moving over me
Like an animal you're moving over me

You should be sleeping my love
Tell me what you're dreaming of

I knew you were mine for the taking
I knew you were mine for the taking
I knew you were mine for the taking
When I walked in the room
I knew you were mine for the taking
I knew you were mine for the taking
Your eyes light up
When I walk in the room

A hammering in my head don't stop
From the bullet train
From Tokyo
to Los Angeles

I'm leaving you behind
A flash in the pan
A storm in a teacup
A needle in a haystack
A prize for the winning
A dead for the raising
A catch for the chasing
A jewel for the choosing
A man for the making in this blistering heat

Sweat it all out
Sweat it all out
With your bedroom eyes and your baby pouts
Sweat it all out
In our electric storms and our shifting sands
Our candy jars and our sticky hands
Sweat it all out

Don't forget what I wrote you then
And don't forget what I told you then
And don't forget I that meant to win
And don't forget your ventolin

So a hammering in my head don't stop
In the bullet train from Tokyo
to Los Angeles."

"Hammering in my Head", Garbage

Saturday, September 24

Inferno #23: desejos.

Quero beber a cascata de chocolate inteira do «Charlie and the chocolate factory».

É normal?

Inferno #22: marasmo absoluto

QUE ME FAZ TREPAR ÀS PAREDES.

Arrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrghhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Tuesday, September 20

Inferno #21: o colega giro.

Sim, ainda existem colegas giros, mas tendem a existir cada vez menos e, por vezes, passam de giros a feios.
Este colega era muito, mesmo muito, giro... um corpo porreiro, uma cara gira, algum gosto para se vestir (mas não muito, não era nenhum Deus).
Entretanto, passaram dois anos e o colega começou a ficar parecido com, digamos... um motorista de táxi (sim, sim, um zé manel...): o cabelo cresceu e ele (não se lembrando que cortá-lo é uma opção) penteia-o com gel, muito gel, que é para ficar bem coladinho e juntinho; a barriga cresceu e ele agora usa t-shirts largas por cima das jeans, que lhe devem estar muito justas; por fim, descobriu-se que ele é altamente religioso (pois, estão a ver a cena...?).
Enfim, ele continua a ser um gajo simpático, mas de cada vez que se está a sós com ele começa a vontade de subir às paredes, de modo a que nem sequer se ponha a hipótese e estar ao alcance dele e do seu maravilhoso cabelo com gel.

Monday, September 19

Inferno #20: a filha da putice prepotente.

Sabem aquela vossa colega que no princípio parece ser sempre muito simpática, muito disposta a ajudar, muito, muito (excessivamente) amorosa?
Pois, é dessa mesmo que eu estou a falar.
Provavelmente,vocês até nem têm nada de interessante e ela só se aproximou para perceber o tipo de pessoa que vocês são e que vantagens ela pode tirar de um relacionamento cordial convosco, é que, não sei se sabem, essa será provavelmente a maior cabra que terão o desprazer de conhecer.
É um ser odioso e desprovido de neurónios ou compaixão; provavelmente só se aproximou de vós para sacar daí alguma coisa, isto é, para perceber se são mais inteligentes, competentes e 'amadas' (pelos outros colegas) que ela (provavelmente são, se não forem mudem de colegas, porque esses são muito tapadinhos...), e em função das suas conclusões relativamente a esses parâmetros estabelecerá uma relação de amor-ódio convosco (a parte do ódio tem tendência a ser a mais forte e também a mais camuflada...).
Quando derem por vós, ela estará sempre a tentar rebaixar-vos (na vossa presença e não só), tentando passar a impressão de que tudo o que vocês fazem é ridículo, que sofrem de uma descompensação afectiva, que têm traumas incontornáveis de infância, os quais nunca vos permitirão evoluir intelectual e profissionalmente.
Já ouviram a expressão «lobo em pele de cordeiro»? Pois, é isso mesmo o que elas são (digo elas, porque o ranking demonstra que os homens recorrem pouco a estas estratégias [só mesmo os gays muito descompensados...]). Digamos que são uma espécie rara de cabra, daquelas que nem nos apercebemos; são autênticas filhas da puta, cujo nível intelectual e inteligência não sao suficientes para vos superar e, por isso, tentam camuflar e compensar a sua descompensação fazendo-vos (e -nos) passar por descompensadas traumatizadas e abéculas.

Um fenómeno interessante a aprofundar e de que se aperceberão com o tempo, quando estas amorosas colegas começarem frequentemente a fazer-vos passar por parvas em frente de todos.

Inferno #19: O fim do Verão.

«The summer days are gone too soon
You shoot the moon
And miss completely
And now you're left to face the gloom
The empty room that once smelled sweetly
Of all the flowers you plucked if only
You knew the reason
Why you had to each be lonely
Was it just the season?
Now the fall is here again
You can't begin to give in
It's all over
When the snows come rolling through
You're rolling too with some new lover
Will you think of times you've told me
That you knew the reason
Why we had to each be lonely
It was just the season.»

Norah Jones, Shoot the Moon

Tuesday, September 13

Inferno #18: não ter ideias

acontece-me com frequência, mas irrita-me indiscritivelmente!
Ideias eu até tenho, mas não quero escrever sobre isso, não, não, seria demasiado doloroso, depois tinha que pôr uma música deprimente (hoje poria o "roads" ou uma qualquer do rodrigo leão), ficar a olhar para o ecrã até chegar à apatia total, pensar sobre a situação toda, começar a falar para mim mesma como se estivesse a fazer uma peça dramática e depois chorar desalmadamente.
Sim, este é geralmente o processo que atravesso para escrever as minhas "deprimências" e afins (às vezes salto uma ou outra fase do processo).
O problema, é que as deprimências só saem bem a sério quando são escritas assim, de outra forma parecem plásticas, insonsas e sem interesse. Já alguma vez disse que a paixão (o amor, como diria o M.E.C.) é fodida?!
Enfim, vou voltar para o meu marasmo mental...

Monday, September 12

Inferno #17: os bloqueios de escrita.

Não é bem um bloqueio, é antes uma mistura de falta de vontades


  • falta de vontade de pensar;
  • falta de vontade de escrever;
  • falta de vontade de pensar que tenho que escrever;
  • falta de vontade de pensar que tenho que pensar;
  • falta de vontade de olhar para o monitor;
  • falta de vontade de descobrir qual é o meu estado actual;
  • falta de vontade de discernir sobre o que tenho dito às pessoas nos últimos tempos (convenhamos que não têm sido coisas a dar para o bonito e poético...);
  • falta de vontade de escrever para mim mesma;
  • e para os outros.

E uma enorme vontade de "sentir tudo de todas as maneiras".

Sinto-me caótica por dentro, estou confusa, perdida, mas parvamente contente.

Sunday, September 11

Inferno #16: os filhos da puta

existem onde menos esperamos encontrá-los.
O que é que os move?

Os filhos da puta são um tipo de pessoa que anda sempre, de um modo ou de outro, perto de nós, a rodear-nos. O seu objectivo é só um: foder-nos o juízo.

E assim, era uma vez um filho da puta que andou de roda de uma menina, como uma abelhinha irritante e zumbideira em redor de uma flor, a tentar à viva força comê-la (que é como quem diz extrair-lhe o pólen). Tanto tentou, que conseguiu (três vivas para ele). Não contente com essa pequena vitória, o filho da puta continuou a rondar a menina, pois, é que os filhos da puta querem sempre um bocadinho mais. A menina acabou por, num acto de falta de inteligência, dar tudo e mais alguma coisa ao filho da puta, tornando-se transparente para ele, deixando-o sugar-lhe todo o sangue (tutano incluído).
Deste modo, acabou por acontecer um interessante fenómeno: uma dependência, por parte da menina, das filhas da putice desse filho a puta.
Não interessa muito saber o desfecho da história, ele é óbvio: submissão absoluta a um filho da puta que nem sequer tem onde cair morto.

É triste, mas os filhos da puta são um fenómeno, porque perante eles todo e qualquer argumento abandona-nos, dando lugar a um inquietante e despropositado marasmo. É de facto muito triste, mas regra geral perdemos a capacidade de discernimento quando nos encontramos perante essa espécie social rara.

E é aqui que eu volto a pôr a questão: o que é que move os filhos da puta??
Será que são atrasadinhos?
Agentes do diabo? (espera aí, isso não é só para os crentes?)
Sádicos?

Quem pode compreender, e explicar, a filha da putice?

Saturday, September 10

Inferno #15: a paixão - parte 4.

Começaste um fogo em mim e eu não encontro meios de o apagar, por mais músicas que oiça, por mais livros que leia, por mais esquecida que me tente fazer, tu estás sempre lá e vais ficar sempre lá, porque eu não tenho força ou vontade suficientes para te mandar embora para sempre da minha vida, estou demasiado apegada à tua imagem e à imagem de felicidade que criei de nós, e que só existe na minha cabeça.

Inferno #14: a paixão - ele.

Por que é que ele parece tão perfeito, se é só um ser humano? E por que é que eu quero parecer perfeita para ele, se eu sou só uma pessoa?
E por que é que eu tenho que pensar nisto, por que é que ecoa infinitamente na minha cabeça, enquanto se ri da minha triste figura?
Por que é que a imagem dele lateja incessantemente no meu pensamento por que é que a voz dele se repete dentro de mim…?
Não somos apenas dois desconhecidos?
Então por que é que parece que o conheço de sempre, e por que é que a mesma impressão não emana dele?

Se ele é o poema que eu queria ler, por que é que eu não sei o alfabeto do seu ser?
Se é suposto eu ter nascido com um objectivo, então por que é que ele nunca me parece sequer perto de ser cumprido? Por que é que oiço a voz dele ao meu ouvido, e vou dormir com ele no pensamento, mas ele nunca está, ele nunca é o outro de mim, por que não está comigo.

Ele será para sempre os livros que eu não li, as cartas que eu não escrevi, ele vai ser sempre tudo o que eu não vivi e tudo o que eu queria para mim.
Por que é que ele existe, se só me faz menos feliz?
E por que é que eu existo, se tenho que existir para me apaixonar por ele?E por que é que me apaixono sempre por ele, irremediavelmente por ele?

Por que é que, se o mundo acabasse agora, eu seria feliz, por estar a pensar nele?

Se isto é uma mulher, o que será não o ser?

Inferno #13: a paixão - parte 3.

Mas como?!

Então e as horas intermináveis com a outra pessoa?
E o caminhar com os pés um palmo acima do chão?
E a cabeça sempre nas nuvens (a pensar nele)?
E os beijos?
E as conversas?
E o envelhecer juntos? E o estar juntos?
E as juras?
E a canção que é só nossa?
E a distância interminável que as horas, e os minutos, criam?
E o aperto no lado esquerdo do peito, que parece consumir tudo até não deixar mais nada para além desse sentimento que corrói por dentro e que se chama...

...paixão.

Inferno #12: a paixão - parte 2.

Decidi que não me vou voltar a apaixonar.



E desta vez é a sério!

Monday, August 15

Inferno #11: GRRRRRRRRRRRRRRRRRR...

Ah! Como eu odeio.
Eu simplesmente odeio.
Mas que mal é que eu fiz para merecer isto!? Cabra, cabra. Pior, vaca LEITEIRA.
Se eu tiver feito mal a alguém, e se foi por causa desse mal que isto me está a acontecer, eu ofereço-me aqui para pedir desculpas e me retratar publicamente perante a pessoa (ou as pessoas, porque tem que ser algo muito grave) que magoei.
Eu prometo, vou ser uma santa, uma tipa porreira, mas isto é de mais, ou é suposto ser mesmo assim??
Com tanta gente má para lidar com cabras destas, porquê eu? GRRRRRRRRRRRRRR!!
Mas isto não fica assim, porque eu acredito na vingança, e se não for a vingança serão o silêncio e a superioridade esmagadores, mas tem de haver um modo de fazer com que o o excremento vá para o sítio de onde nunca deveria ter saído. Simplesmente tem de haver modo.

Tuesday, August 9

Inferno #10: os falsos amigos.

Comunicado aos meus falsos amigos:

Get a life!
Estou farta daqueles amiguinhos que gostam muito de falar e falar e falar (...) de uma fantástica amizade (entre mim e eles) que na verdade não existe. É isso que me faz ter sérias dúvidas quanto à saúde mental dessas pessoas que, ou já foram sérios amigos, ou nunca estiveram sequer perto de o ser. Partindo do princípio que uma amizade é construída (e mantida) a dois, é suposto as duas partes terem consciência daquilo que têm 'entre mãos'... Então, se eu tenho noção que uma relação não é uma amizade, por que é que a outra parte não tem também noção disso? Mas porquê bater na mesma tecla?
Se não está destinado ao entendimento mútuo, não está; forçar não leva a nada...

Inferno #9: as músicas deprimentes (ou como ficar mais deprimido numa depressão).

São das piores coisas que podiam ter criado. É inexplicável, mas sempre que estou deprimida acabo por ouvir músicas depressivas. E, assim, acabo a chorar baba e ranho ao som de uma música que me segreda ao ouvido "atira-te da ponte, não é que a situação melhore, mas pelo menos não vais estar cá para a ver piorar".
O mais inexplicável na música depressiva, é que é a única coisa que resulta numa depressão, criando uma dependência ridícula relativamente ao som arrastado de guitarras, marcado pelo compasso lento de uma bateria.
No fundo, os 'grandes' desalentos da minha vida foram acompanhados por músicas de Portishead ("Glory Box" que, segundo sei, é das músicas mais ouvidas durante as melancolias da vida, e "Roads", a minha preferência pessoal - três vezes pior que "Glory Box"), Rodrigo Leão (não vou dizer o nome das músicas, porque é um número absurdo de músicas deprimentes) e (a mais nova aquisição do reportório) Velvet Underground ("Perfect Day", da banda sonora de Trainspotting - é de saltar, sem hesitações, da dita ponte).
Depois, as músicas deprimentes acabam por tornar-se a ténue e amarga memória de uma melancolia passada que se recorda de forma nostálgica de cada vez que ouvimos tais canções.

Sunday, August 7

Inferno #8: a temperatura

está insuportável. A roupa cola-se ao corpo e o calor não me deixa dormir. Estou com olheiras descomunais para quem está de férias, o que estraga por completo o meu bronze; tenho vontade de curtir com um gajo, mas o gajo não está cá. O que é que é suposto eu fazer na planície alentejana em Agosto, com uma temperatura estupidamente elevada e um bronze fantástico, quando o gajo não está cá? É que com temperaturas destas não há criatividade que resista.

Inferno #7: o gajo da discoteca.

Eu tenho que partilhar este inferno particularmente irritante: fui a uma discoteca de uma terra qualquer que eu já nem me lembro do nome, ou seja, nunca mais na minha vida pretendia (ou pretendo) voltar lá. Ora como eu sou uma pessoa com uma sorte 'daquelas' (...), tinha que encontrar precisamente nesse dia a maior chaga da minha vida: um gajo que passou toda a noite a olhar para mim, e que eu acabei por conhecer porque sou uma alma caridosa e pensei 'eu nunca mais o vou ver na vida, ao menos posso fazer com que se sinta importante por momentos' (para além do que há sempre aquela teoria de que aquilo que fazemos de bom e de mau é nos devolvido com intensidade triplicada...). Pois bem, tornou-se uma chaga total, daquelas que se bloqueia no messenger (e se finge estar ausente) e se guarda o número de telemóvel para não atender sempre que telefona; daquelas chagas, no fundo, para quem não estamos nunca.
Deixo aqui o aviso: se se aperceberem de um gajo a olhar e a sorrir insistentemente para vós numa discoteca e não tiverem o menor interesse nele, FUJAM, não lhe liguem, não sejam simpáticas (mesmo que a simpatia seja uma das vossas virtudes mais vinculadas) com ele, ele vai tornar-se a chaga da vossa vida.

Inferno #6: Bridget Jones, Cathy e Maitêna.

Não posso ler e ver tais coisas: acabo por sentir-me de facto uma mulher... estúpida?

Inferno #5: a pseudo-intelectualidade

é um verdadeiro inferno! Não a suporto e ela rodeia-me incessantemente, cruzo-me todos os dias com indivíduos com ar de chico esperto (os chamados mandachuvas literários). Na verdade, são pessoas um bocadinho tristes, não têm muita consciência que só dizem baboseiras e coisas que não interessam ao menino jesus, falam de forma prepotente, formulando teorias onde as contradições são múltiplas. Geralmente confundem os autores e não conseguem passar sem a bela intervenção (pública) em que dizem as coisas ao contrário, acabando por provocar aquela gargalhada discreta que se espalha pelos ouvintes de tamanhas verborreias.
O mais irritante nesses seres abjectos é quando temos que aturar as suas longas dissertações durante espaços de tempo que parecem ser esticados até ao limite. O sonho dos pseudo-intelectuais é, na verdade, atingir a verdadeira intelectualidade.
Pois é, todos temos as nossas utopias...

Saturday, August 6

Inferno #4: livros de auto-ajuda.

Se há coisa que não tolero são os livros de auto-ajuda. Este tipo de 'literatura', muito popularizado pelos célebres filmes da Bridget Jones, é uma das mais execráveis modas, porque ao invés de ajudar como é suposto, piora a situação, não resolvendo absolutamente nada. Desde quando é que tudo resulta de modo igual para todos!?

Inferno #3: o espelho.


"Em palavras não tão cerimoniosas, estes homens e estas mulheres, diante do espelho da sua vida, cospem todos os dias na cara do que foram o escarro do que são."

José Saramago, Ensaio Sobre a Lucidez.

"Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio,
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro."

Mário de Sá-Carneiro, "O outro".

Inferno #2: as festas.

Odeio festas. Quem nunca foi a uma? São uma perfeita seca as festas que frequento: combino ir sempre com um grupo de colegas/"amigas"; à última da hora a minha única amiga que ia (e esta é sem aspas) acaba por não poder vir porque adoeceu, mesmo assim vou, já sei que terei que aguentar um grupo de cobras venenosas que dançam (há quem lhe chame dançar...) como se dançassem mesmo assim (parece que estão a ter um ataque epiléptico) e que passam a noite a mandar (não só a mim como a outros presentes) indirectas ridículas de quem não tem mais nada que fazer para alem de ser cabra (ou cobra, conforme a preferência zoológica). A música é geralmente frustrante, porque sempre igual, encharco-me em vodka limão (10% limão, 85% vodka, 5% gelo), sinto-me mal disposta e só saio da festa pelas 05.30, porque só a partir dessa hora há autocarro. Depois há sempre o gajo feio (e de tendências político-partidárias duvidosas) do bar que se tenta atirar a mim (por isso se explica a estranha composição da vodka limão), e o gajo giro (e atractivamente liberal) que eu gostava que se atirasse a mim e ao qual tento dirigir olharezinhos simpáticos toda a noite (mas acabo por ser consumida por ataques de timidez). Volto para casa no autocarro amarelo da carris das 06.00, que está recheado de pessoas que vão trabalhar; atordoada encosto a cabeça ao vidro e sinto-a tremer de uma forma irritante. Chego a casa (depois de subir não sei quantos lances de escadas) e olho-me ao espelho, vendo os restos de uma maquilhagem e indumentária "maravilhosas" que agora me parecem ordinárias; visto o pijama e o meu riso e falta de equilíbrio acusam o excesso de alcóol no meu "pseudo-sangue". Durmo sobre o assunto e acabo por ter pesadelos horríveis em que entram o gajo giro e a festa infernal. No dia seguinte, ainda atordoada, acabo por perceber que sou mesm0 estúpida e não devia ir a festas que prometem muito e realizam pouco.

Inferno #1: a paixão.

Recuperada há pouco tempo de um enamoramento pouco convencional, dei comigo a pensar que já sou muito grandinha para continuar a ter paixões liceais, que acabam por não dar em nada: apaixono-me, geralmente por um gajo do qual pouco sei para além do nome, choro como uma madalena arrependida (mas porquê, se eu mal conheço o gajo?), sonho com coisas muito muito absurdas (isso quando estou mesmo obcecada), tento negar tudo e no fim não acontece absolutamente nada, mas nada mesmo. Começo a achar que o problema é mesmo meu. Mas o que é que há de errado?! Por que é que eu me apaixono, por que é que nunca resulta, não é suposto apaixonarmo-nos por pessoas que minimamente nos correspondam (com gestos, com o olhar...)? Então por que é que eu me engano repetidamente e acabo sempre por me apaixonar por Pedros, Luízes e Zés ninguém?