Sunday, January 29

Inferno #76: tem de ser sempre assim?

«Utopia

It’s a strange day
No colours or shapes
No sound in my head.
I forget who
I amWhen
I’m with you.
There’s no reason
There’s no sense
I’m not supposed to feel
I forget who I am
I forget.
Fascist baby
Utopia, utopia.
My dog needs new ears
Make his eyes see forever
Make him live like me
Again and again.
I’m wired to the world
That’s how I know everything
I’m super brain
That’s how they made me.»

«Utopia», Goldfrapp.

Inferno #75: shit shit shit!

E que tal abrires os teus braços de árvore para me abraçar como já tens prometido?

Inferno #74: individualidade.

I don't do what common girls do, I'm not sweet and lovely and I won't change just to please you. I've got my own habits and shit, I listen to my music and I read my books, they might seem different and unusual, but I'm not gonna change it, and you know it, and you love it.
I'm a black cherry, baby, deal with it.

Friday, January 27

Inferno #73: sistema nervoso.

Música frenética.
Luzes de neon a piscar.
Pensamentos sem fio condutor.
Engarrafamento de pensamentos.
Lista de coisas para fazer.
Lista de coisas que nunca vou fazer (apesar de ter intenção).
Lista de coisas que não cheguei a fazer.
Espasmos.
Arrepios.
Uma silhueta indefinida.
A silhueta multiplicada por milhões.
Fotografias de lado nenhum.
Outra música, uma batida igualmente acelerada.
A espera.
A espera pela(s) tal(is) conversa(s) que se faz(em) esperar.





A(o) tal coisa(algo).

Inferno #72: vertigem.

Um dia que começa normal.

Passadas umas horas...

o céu cai lentamente,

quase como se se atrevesse a abater-se sobre mim,

tornando-me ainda mais pequena do que sou.

Wednesday, January 25

Inferno #71: Nicknames.

Sim, eu também uso nicknames estúpidos/ pretensiosos/ incompreensíveis/ com privates/ ...(ao critério e imaginação de cada um).
Mas qual a classificação atribuível para um nick como «[...] Uranus Planet Power... Make up!!! [...]», sendo o seu detentor gay (sem qualquer tipo de preconceito, não é a orientação sexual que está em causa - mas não conheço heterossexuais com nicks tipo «urpenis» ou «urvagina» ou coisa parecida)?

Inferno #70: Arriscar (hipótese a riscar?).

«Trying Your Luck

You said you couldn't stay
You've seen it all before
I know

They sold you on their way
Oh, honey, that's OK

No harm, he's armed
Setting off all your alarms
When I find out
I hope it's you who set this trap

And storefronts rarely changed
At least I'm on my own again
Instead of anywhere with you
But, to me, it's all the same

And I lost my page. Again
I know this is so rare
But, I'll try my luck with you
This life is on my side
Well, I am your one?
"Believe me, this is a chance,"

Let's see what's for sale
He's trying hard to give his job a chance
Oh, it's never gonna be
It's sad, but I agree
The signals don't seem right
They last for just one night, and then
I'm sorry that I said
That "we were just good friends"

No harm, he's armed
Setting off all your alarms
They're trapped
I can't be there in time
I'll think about that

And I lost my page again
I know this is so rare
But, I'll try my luck with you
This life is on my side
Well, I am your one?
"Believe me, this is a chance."»

«Trying your luck», The Strokes (Is this it?)

Inferno #69: Jantaradas vs. jantarezinhos.

Jantaradas.
Prós:
  • Muita gente;
  • Muita comida;
  • São, geralmente, em espaços maiores;
  • Acabo por esquecer o odiozinho que tenho a alguns dos presentes;
  • Conheço os podres dos presentes que odeio (e vejo-os a cair de bêbedos, pelo que o seu potencial enquanto inimigos é vertiginosamente diminuído);
  • Acabo-as a ter conversas profundas (para pessoa bêbeda ou ensonada) com alguém que conheço há três horas (ou nem isso).

Contras:

  • Ter de aturar pessoas idiotas (e que começo a odiar seriamente);
  • Ter que dar beijinhos e apertos de mão a pessoas que só vou ver uma vez na vida;
  • Beber (e testemunhar os resultados da bebida na ressaca do dia seguinte);
  • Comer mal (apesar da aparente superabundância de comida).

As minhas jantaradas costumam ser uma junção de jantaradas de pessoas diferentes, o que torna o objecto em questão algo amorfo e obsoleto. Nas jantaradas há sempre muito para fazer (e há sempre o irritante «deixa estar que eu faço, deixa estar que eu faço!»); há sempre mais bebida que comida (o que é um acto de inteligência, uma vez que quanto menor for a porção de comida no estômago, mais rápido é o efeito do álcool) e mais pessoas desconhecidas do que conhecidas.

Acabo sempre a falar com alguém que não conheço de lado nenhum, e que me vai relembrar sempre como a pessoa de olhar lânguido que durante toda a noite intercalou conversas de algum nível intelectual com disparates e coisas engraçadas (e, regra geral, essas pessoas ficam com a estúpida ideia que eu sou sempre assim [que parte do 'estar bêbeda' é que não percebem?]).

Jantarezinhos.

Prós:

  • São com pessoas de quem se gosta mesmo;
  • A comida é mil vezes mais requintada (idem com as bebidas);
  • A comida chega, de facto, para toda a gente;
  • As pessoas conseguem, de facto, falar sobre assuntos sérios (mesmo que tenham bebido);
  • Mesmo que se odeiem alguns dos presentes, são meros ódios de estimação amorosos, perfeitamente domados e compreensíveis (e que, no fundo, alimentam a harmonia da relação com as pessoas em questão);
  • Menos loiça para lavar e menos 'ginástica' com fogões e panelas.

Contras:

  • Aperceber-me de algo que me irrita brutalmente em pessoas de quem gosto muito;
  • O espaço é, geralmente, mais pequeno (e por vezes não muito acolhedor);
  • Se me fartar das pessoas presentes não tenho mais pessoas para onde me virar;
  • As conversas (e a bebedeira) só extravasam até ao ponto do socialmente aceitável;
  • Não tenho de aturar idiotas, mas também não conheço ninguém novo.

Agora a questão é que quando preciso de jantaradas dão-me jantarezinhos amorosos (e por vezes entediantes). Inversamente, quando o que apetece mesmo é um jantarezinho calmo e pacífico para falar de tudo o que anda às voltas na cabeça, deparo-me com jantaradas apocalípticas, bem semelhantes ao dia anunciado como último antes do fim do mundo.

Nota de rodapé pós-publicação inicial: Peço desculpa por não ter feito deste post algo mais sexual (tendo em conta o seu número), mas não estou a ver, assim de repente, grande ligação entre a tipologia de jantares e a posição sexual que o referido número (69, para quem ainda não tenha chegado lá) baptiza (não, pôr os jantares noutro post ou simplesmente suprimir este número não são opção - este espaço pode ser muitas coisas, mas desorganizado não é!).

Saturday, January 21

Inferno #68: Pesadelo é...

quando acordo às 8.00 da manhã de um pesadelo e grito (literalmente e não apenas em pensamento) 'Lazarsfeld!'*











*Paul Lazarsfeld, sociólogo responsável por uma das maiores estupidezes da sociologia (estupidez por sua vez responsável pelo surgimentos de outras coisas, algumas delas não tão estúpidas...)

Inferno #67: se(s)...

Se... (tudo), então... (nada).


?

Sunday, January 8

Inferno #66: maquilhagem.

Chegar a casa e perceber que de mim só restam vestígios de um verniz bordeaux de supermercado.




Onde terei enterrado o meu coração?

Inferno #65: oh yes sir, I can boogie...

...You just can't imagine how.

Thursday, January 5

Inferno #64: oh joyful joyful!

E quando uma pessoa dá pulos de alegria, independentemente de todas as obrigações que pulam alegremente na sua cabeça isso quer dizer...

...tenha medo, tenha muito medo...

...algo de muito mau vai acontecer!


Guarde a energia dos pulos para os soluços póstumos.






Tenha medo, tenha muito medo...

Wednesday, January 4

Inferno #63: atenção.

Falava há umas horas com um amigo e cheguei (tardiamente, devo dizê-lo) a uma conclusão triste: todos agimos em função da atenção que queremos receber dos outros.

Não é uma verdade universal, posso estar quadradamente enganada, mas chego cada vez mais à conclusão que é mesmo assim. É triste perceber que fazemos quase tudo pela atenção, pelos comentários que possamos eventualmente receber dos outros.
Mais triste ainda (chega até a ser cruel) é que muitas vezes os 'outros' tenham noção disso e propositadamente não nos dêem atenção (ou para ver até que ponto resistimos, ou só pelo simples prazer de nos ver desiludidos).
Sim, estou a assumir (como o meu amigo assumiu) que quero atenção! E acho que até tenho esse direito...
O problema é que, por mais mesquinha e egoísta que seja esta necessidade, toda a gente à minha volta age (de modo egoísta, lá está) como se só eles precisassem de atenção! Não, na verdade o problema não começa aí. O problema começa depois de essas pessoas receberem (da minha parte e não só) a atenção que desejavam. Depois disso têm de pensar muito profundamente nos seus profundos problemas e chorar profundas lágrimas, porque não lhes podem dar atenção o tempo todo. Azar! Eu queria alguma atenção e não a tenho, apesar de dar a quem precisa. A moeda de troca não é propriamente amarga, mas é egoísta (geralmente recebe-se um «obrigado» e não o desejado «mas está tudo bem contigo também? Precisas de alguma coisa?»).
Claro que se nesse momento existissem dois dedos de testa, as pessoas perceberiam que não, não está tudo bem. Eu também tenho coisas, sim, problemas(esquisito, não é? É que eu costumo estar tão bem disposta...), mas quem não os tem!!?? Eu também tenho dias que passo deprimida, eu também tenho pontos de interrogação na mente (um rio deles, e para a troca também), eu também enfrento obstáculos todos os dias - Eu também (sobre)vivo. Mas sim, é difícil exprimi-lo e leva algum tempo (que pena, não têm esse tempo para me disponibilizar...).

Mas para quê chamar a atenção para esse facto (embora já o tenha feito), para quê, se ninguém repara de qualquer modo!?

Posto isto, acho que a minha conclusão do início do post merece uma reformulação:
Todos agimos em função da atenção que queremos receber dos outros. Se tivermos sorte, recebê-mo-la, se não, passamos a vida a dá-la.

Monday, January 2

Inferno #62: passagem de ano

(ou deverei dizer «a festa do fim do mundo»?)

Por que é que as festas de passagem de ano têm sempre, em porções indetermináveis (porque variam conforme o ano, as companhias, o alcóol e o local [conforme seja público ou privado]), o seu 'quê' de:
- Apocalíptico;
- Triste;
- Masoquista;
- Sadista?

Ah, outra pergunta! Qual é o objectivo de toda a produção (já para não falar nas cuecas azuis [ou vermelhas, conforme se é português ou espanhol], no preciosismo das 12 passas [se fôssemos espertos pediríamos 12 não-desejos, para que, de facto, não se realizassem] e do champagne franciú), se sabemos (muito antes de ir para a festa, até) que vamos acabar a noite bêbedos (a roçar a inconsciência), em alguns casos pedrados, suados, despenteados, a rastejar no chão e a subir paredes (quando o diagnóstico não é dez vezes pior...)?

Inferno #61: the so-called «Big fish».

Um «grande peixe» é...
É algo de tão bom e maravilhoso que não existe.
E se existe, já é de alguém.
E se não é de ninguém, também não vai ser meu concerteza.

É um peixe tão grande, que não é qualquer pescador que vai apanhar.

Na minha cabeça é como se representasse algo impossível (ou bastante perto da impossibilidade), como um pôr-do-sol eterno.

Nem vale a pena pensar nos grandes peixes (mas vale a pena sonhar com eles...).