Friday, December 8

Inferno #140: Espírito natalício.

Vou enfrentar a rena de frente.

Atirar-me do trenó.

Lutar sumo com o Pai Natal (não, a Pepsi não tem o exclusivo sobre os anúncios com lutas de sumo).

Queimar um tronco de natal.

Malabares com os enfeites da árvore. Quiçá utilizar a estrela da ponta para apanhar os canais da parabólica (mas só para ver o Música no Coração e testar se há vida nos montes ou se é só treta).

Inferno #139: cozinha(r).

Gosto de cebolas. Por uma razão muito simples: são o único ingrediente que me faz chorar.

Se elas não existissem, como é que havia refogado? E que graça teria Como Água Para Chocolate? E como é que Peer Gynt se despiria, como tirando as camadas de uma cebola?

Thursday, December 7

Inferno #138: gramática.

Um casamento de artigos, com vários nomes conhecidos. Uma refeição de adjectivos em complementos circunstanciais e um serão de advérbios e verbos.

Monday, December 4

Inferno #137: a psicologização verborreiática incessante.

Sabem aquele amigo(a) que se tem e de quem se gosta muito, mas mesmo muito, aquele(a) mesmo(a) que tem a mania irritante de psicologizar todo e qualquer ser dotado de motrição? Aquele(a) com quem vocês já desistiram de discutir, porque ele ou ela vê em tudo Freud ou Lacan... Sim, esse mesmo que não estuda necessariamente psicologia (e ainda bem, porque seria pior). Sim, esse mesmo que não consegue ver os actos ou sentimentos simples como actos ou sentimentos simples sem lhes introduzir uma pontinha de análise psicanalítica. É que, no fundo, toda a gente sabe que o inconsciente isto e aquilo e bla bla bla, mas a tua cabeça não descansa, porra!? Um homem e uma mulher não podem ser mais que uma pulsão sexual? Uma atitude tem que ter incontornavelmente uma segunda intenção e o sujeito que a toma, no fundo, mas mesmo la muiiito no fundo, é um perverso do caraças que só toma a atitude pela sua segunda intenção?