Saturday, August 6

Inferno #2: as festas.

Odeio festas. Quem nunca foi a uma? São uma perfeita seca as festas que frequento: combino ir sempre com um grupo de colegas/"amigas"; à última da hora a minha única amiga que ia (e esta é sem aspas) acaba por não poder vir porque adoeceu, mesmo assim vou, já sei que terei que aguentar um grupo de cobras venenosas que dançam (há quem lhe chame dançar...) como se dançassem mesmo assim (parece que estão a ter um ataque epiléptico) e que passam a noite a mandar (não só a mim como a outros presentes) indirectas ridículas de quem não tem mais nada que fazer para alem de ser cabra (ou cobra, conforme a preferência zoológica). A música é geralmente frustrante, porque sempre igual, encharco-me em vodka limão (10% limão, 85% vodka, 5% gelo), sinto-me mal disposta e só saio da festa pelas 05.30, porque só a partir dessa hora há autocarro. Depois há sempre o gajo feio (e de tendências político-partidárias duvidosas) do bar que se tenta atirar a mim (por isso se explica a estranha composição da vodka limão), e o gajo giro (e atractivamente liberal) que eu gostava que se atirasse a mim e ao qual tento dirigir olharezinhos simpáticos toda a noite (mas acabo por ser consumida por ataques de timidez). Volto para casa no autocarro amarelo da carris das 06.00, que está recheado de pessoas que vão trabalhar; atordoada encosto a cabeça ao vidro e sinto-a tremer de uma forma irritante. Chego a casa (depois de subir não sei quantos lances de escadas) e olho-me ao espelho, vendo os restos de uma maquilhagem e indumentária "maravilhosas" que agora me parecem ordinárias; visto o pijama e o meu riso e falta de equilíbrio acusam o excesso de alcóol no meu "pseudo-sangue". Durmo sobre o assunto e acabo por ter pesadelos horríveis em que entram o gajo giro e a festa infernal. No dia seguinte, ainda atordoada, acabo por perceber que sou mesm0 estúpida e não devia ir a festas que prometem muito e realizam pouco.

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