Tuesday, December 18
Inferno #198: A arca.
Inferno #197: O velho.
Devia estar apaixonada. Ou a querer ficar apaixonada..."Era o que mais me faltava, agora apaixonar-me por um velho, um paizinho...".
Mas, enfim, eram só hologramas. Nunca chegou a conhecer bem o homem que existia no velho. Gostava apenas de falar com ele, dava-lhe gozo sentir-se mais inteligente do que ele, e sobretudo muito mais nova. Sabia que as coisas não eram bem assim. Aliás, a verdade é que era o velho que dominava as conversas: falavam sobre os assuntos dele, no horário de nómada que ele tinha escolhido para si, e quando estava disposto a isso. No fundo, sabia que estava a ser manipulada em cada conversa que tinham, mas enquanto não o encontrasse na sua cama (em carne, não em projecção mental), a invadir-lhe a privacidade como nunca ninguém se tinha atrevido a invadir (nem ela o tinha consentido), não se preocuparia. Enquanto fosse apenas um jogo psicológico, não havia riscos reais, nem sequer o risco de se apaixonar.
Tuesday, November 13
Inferno #196: Ganância.
Quando cheguei a casa, já a noite ia avançada. Vi-te. Percebi que afinal o meu desejo podia aguentar mais dias sem te consumir.
Friday, November 9
Inferno #195: máxima
(isto pode não dar sempre bom resultado)
Inferno #194: Equador (ou o momento entre dois momentos).
Nem fazes ideia de quantas vezes te segui os movimentos. De início seguia-te com os olhos, para te cativar. Agora, os olhos olham por uma mira, ligada a um cano, ligado a um gatilho.
Se eu te matar, talvez já não me magoe, e a dor passe toda para ti.”
Sunday, November 4
Inferno #193: Dependência.
Digo sempre que esta vai ser a última dose, mas depois de cinco dias de ressaca, a saudade começa a ser demasiada. Tremo, contorço-me e distendo-me em espasmos.
Preciso de mais.
E doem tanto os 15 minutos de sempre, em que ele se atrasa e eu desespero…
Friday, October 19
Inferno #192: Conta de dividir.
Ele observou com calma toda aquela cena final de desespero. Teve até vontade de rir. Claro que já tinha decidido partir, claro que não ia voltar atrás. Claro que gostava dela, genuinamente. Mas era tão transparente que o aborrecia, tão previsível, tão mulherzinha…
Bastou um olhar dele, para perceber que não iam mesmo ficar juntos. Largou-lhe o braço, afastou-se da porta. Ficou a ver partir o único homem que tinha amado.
Inferno #191: Pinheiro e carvalho '3.
Também a voz, porque é com ela que dizemos o que o coração quer, se tinha tornado gelada, grave, robótica.
A figura agora era franzina e pálida.
Há já algum tempo que estava naquela cama branca, alimentada a soro.
Sabia que tinha encenado a própria morte. Deitou-se num caixão e cortou os pulsos, mas mais do que tinha previsto. Só queria chamar a atenção, porque não aceitava não ser o centro das atenções e das preocupações. Salvou-se de ter morrido, mas não se salvou de outra morte bem mais dolorosa - o hospício. A loucura tomou conta dela, acabou por entrar em coma. Já nem sabia há quanto tempo vivia naquela mesma cama: podiam ser dias, semanas, meses, anos. Anos!? O que é que se tinha passado durante aquele tempo todo (que lhe parecia infinito) em que dormiu?
Thursday, October 18
Inferno #190: nem um gajo giro...
O que é que eu vou fazer sem a musa radiofónica? A minha (minha e da Mariana) musa, linda de morrer, simpática, inteligente e com o sotaque alentejano mais charmoso de Lisboa e arredores!?
Como é que eu me vou habituar ao meu trabalho novo, onde não há um só gajo giro para lavar as vistas?
Wednesday, October 17
Inferno #189: Descoordenação.
Os olhos articulam. A boca vislumbra.
As orelhas tocam-se. O corpo ouve.
Tuesday, October 16
Inferno #188: Pinheiro e carvalho '2
Agora, atordoada, espreitava com os olhos meio-fechados a cama em que a tinham deixado: era mais larga e mais clara que o caixão. Caramba, tudo ali era tão claro, quase nem conseguia abrir os olhos! “Será isto o purgatório?”
Depressa teve a resposta: um cheiro enjoativo a desinfectante, os gritos loucos de alguém muito próximo dela, e uma voz desconhecida, mas agradável, “Hora da medicação”.
Monday, October 15
Inferno #186: vazios.
Alguns sorrisos são amarelos.
Algumas palavras são mudas.
Alguns gestos são vagos.
Alguns sentimentos estão apagados.
Algumas pessoas ficam esquecidas.
Inferno #185: comida.
Friday, October 12
Inferno #183: máxima.
Inferno #182: Pinheiro e carvalho.
O dia estava claro, tão claro que não encontrava força para abrir os olhos. Sentia o corpo frio, dormente, e não tinha um lençol para se aquecer.
Ao seu redor, pairava um cheiro de verniz e pólen. Afinal não tinha dormido em casa…
Lentamente, mexeu os dedos da mão direita, que dormia sobre a esquerda, e sentiu a cicatriz que o pulso escondia. Nunca pensou que a tivesse feito assim tão grande…
Estava morta, e sabia-o agora.
Tuesday, October 9
Inferno #181: raio-x.
O cabelo teima em cair. Perde os tons outrora quentes. Agora é cor de rato. Fininho, as mãos quase não o sentem quando passam por ele.
As pernas e os pés vacilam a cada passo arrastado. As veias sobressaem como raízes de uma árvore velha, plantada há muito tempo no lugar de onde nunca saiu.
As mãos perderam vigor. Já não têm vida quando agarram as coisas; a vida que ainda têm serve-lhes apenas para suportar o peso da pele dos braços.
A boca conheceu os seus novos tons de rosa velho. Já não sabe a que sabem as coisas, porque já não as consegue sentir. Fecha-se cada vez mais sobre si mesma, engelha-se, porque já não é quente.
A pele empalideceu e enrugou.
Olha-se ao espelho e sorri, porque não é como se vê por dentro.
Monday, October 8
Inferno #180: "Verão" (Vivaldi).
Quando acabou, aos 10.20 minutos, achei-a muito pequena. Mas a música continua na minha cabeça...
Sunday, October 7
Inferno #178: canção de amor e desamor.
You're the loser, I won't dismiss you out of hand
You've got a beautiful face
It will take you places
You kept running
You've got money, you've got fame
Every morning I see your picture from the train
Now you're an actress!
So says your résumé
You're made of card
You couldn't act your way out of a paper bag
You got lucky, you ain't talking to me now
Little Miss Plucky
Pluck your eyebrows for the crowd
Get on the airplane
You give me stomach pain
I wish that you were here
We would have had a lot to talk about
We had a deal there
We nearly signed it with our blood…
An understanding
I thought that you would keep your word
I'm disappointed
I'm aggravated
It's a fault I have, I know
When things don't go my way I have to
Blow up in the face of my rivals
I scream and rant, I make quite an arrival
The men are surprised by the language
They act so discreet, they are hypocrites so fuck them too!
I always loved you
You always had a lot of style
I'd hate to see you on the pile
Of ‘nearly-made-it' s
You've got the essence, dear
If I could have a second skin
I'd probably dress up in you
You're a star now, I am fixing people's nails
I'm knitting jumpers, I'm working after hours
I've got a boyfriend, I've got a feeling that he's seeing someone else
He always had a thing for you as well
Blow in the face of my rivals
I swear and I rant, I make quite an arrival
The men are surprised by the language
They act so discreet, they are hypocrites forget them
So fuck them too"
Belle and Sebastian, "Dress up in you" (The Life Pursuit)
Inferno #177: erros.
Inferno #176: focas e leões marinhos.
De início, parecia diferente, bom... Mas afinal eram apenas duas pessoas à procura de outras pessoas que as ajudassem a esquecer um bocadinho a mágoa quotidiana...
- Não ia resultar. É que ela não tinha escola nenhuma, e muito pouca vocação para aluna. Já ele, até podia ensinar-lhe tudo o que ela não sabia, mas depressa perderia a paciência...
Inferno #175: mais qu'est-ce que vous faites là?
Para quê prolongá-la até que esteja totalmente vazia, se os dias todos se preenchem de outras conversas, também elas vazias?
Tuesday, October 2
Inferno #174: A caça.
Eu não gostei do teu poema, não era esse que queria ouvir, era outro bem diferente. Também não me soubeste ler. Agora sequei para ti; estou muda e cega, não quero ler o teu poema, nem quero que leias os meus.
Até um dia destes.
Inferno #173: Estátuas de cera.
Inferno #172: Dias orangotangos.
10.00h: Ignorar o sinal de trânsito proíbido (juro que não o vi) na presença de um polícia.
12.00: Deixar cair uma caixa de laranjas no supermercado (juro que não percebi que estava tão perto).
12.50: Partir a tigela das ameixas (juro que não a vi cair do frigorífico).
Resultados:
- o polícia até simpatizou comigo e por isso não me tirou a carta.
- um casal ajudou-me a arrumar as laranjas na caixa.
- uma vassoura e uma pá dão sempre jeito quando há vidros partidos no chão.
São assim os dias orangotangos: provocam acidentes em série. Mas dança-se o tango das coisas de todos os dias, e tudo se resolve...
Wednesday, September 26
Inferno #171: A música nova do millennium bcp.
O Ricardo Azevedo é um senhor que um dia, provavelmente porque não tinha nada que fazer, decidiu escrever uma música (cujo essencial está aí em cima, entre aspas). Foi claramente uma má decisão (os motivos estão também aí em cima, a negrito). Mas pelos vistos, o Millennium bcp pensa o contrário.
Eu cá não sou expert em música. Mas até sei algumas coisas. Por exemplo, sei que "t2" rima com "os dois" porque, enfim, É A MESMA PALAVRA. Depois há a tal questão do carro com tecto de abrir. Eu também quero muita coisa e não a apanho! Tem dias em que a única coisa que apanho é o 35 que vai ali para o Cais do Sodré... Por fim, acho que "virar a vida de pernas para o ar" [olha!, uma rima, há quanto tempo!!] não é lá muito bom. Porque isso implicaria estar constantemente a fazer o pino. Mas é só uma opinião...
Pronto, está bem, o senhor Ricardo Azevedo (que tem mais nome de futebolista do que de cantor - ah..., talvez seja por isso que a música não é lá grande coisa!!) quer ser feliz. Eu também quero, mas não ando para aí a cantar para cima das pessoas numa carrinha cor-de-rosa!
*O execrável anúncio pode se visto aqui, mas por favor não faça esforços que pode não aguentar!!
Inferno #170: Uma fixação pessoal.
Se há homem que Francisca aprecia, esse homem é Albano Jerónimo (esse mesmo da fotografia de má qualidade aí em cima).
É certo que não tem o melhor dos nomes, mas tudo aquilo que não tem em nome, compensa com o corpinho. Albano Jerónimo é, podemos dizê-lo, bastante "bom". Até os olhos (cuja cor não consigo precisar) são bons. Um macho latino sem todas aquelas coisinhas que não se apreciam lá muito num macho latino (i.e. pulseira e/ou fio de ouro e unhaca no dedo mindinho).
Um belo naco, para comer nas indigestas (oh, e isso é dizer pouco...) novelas da TVI.
*O tom explicitamente rebarbado deste post foi 'uma vez sem exemplo'...
Saturday, September 22
Inferno #169: A comunidade.
A minha coluna aqui do lado direito está cada vez mais pobre. Snif snif. O QUE É QUE EU VOU LER AGORA!?
Inferno #168: Dias macacos.
Inferno #167: A musa...(para ler a suspirar)
Um dia vão raptá-la, e pô-la num avião com destino a Madrid.
A musa só tem um defeito: podia usar menos gel no cabelo. Mas enfim, errar é humano, as meninas da rádio compreendem, ainda assim...
:-)
Wednesday, September 19
Inferno #166: Limpezas.
A tralha, és tu. A secretária, o meu pensamento.
Inferno #165: Porque Setembro ainda é um mês de Sol...
Inferno #164: A febre ERASMUS.
Pior que a falta de originalidade deste blogue, é o facto de essa gente (supra-referida), detentora desses blogues, escrever coisas bem mais profundas e elaboradas do que eu.
O INFERNO errou (mas promete estar atento aos outros blogues [esses sacanas], para fazer tudo ao contrário).
Inferno #163: Os mistérios do mundo animal.
Quando chegou a hora da partida para os flamingos, o papagaio não quis ficar sozinho e decidiu "também vou"!
E foi mesmo. Voou de Setúbal até ao Senegal (mais de 2000 km). Quando chegou ao Senegal, não contente com a proeza de voar mais de 2000 km (o que é praticamente impensável para um papagaio), e com o facto de estar entre flamingos, encontrou a pièce de resistance perfeita: gritar 'Amor' na presença de um grupo de investigadores holandeses.
Fim.
Wednesday, September 12
Inferno #162: Há um ano.
Inferno #161: Hoje.
E dia de pensar "O que é que vem a seguir?"
Friday, June 29
Inferno #160: A transformação.
Inferno #159: enternecimento.
Thursday, June 21
Inferno #157: Hoje percebi que...
(há profissões lixadas)
E a minha pergunta é: e se um dia eu conseguir, o que é que faço depois?
Thursday, May 24
Inferno #156: História dos três dias até à minha morte (?)
No penúltimo despedi-me de todos, ouvi as músicas de que mais gostava, li páginas que por uma razão ou por outra tinha deixado para o dia seguinte, saí, fiz o que nunca tinha feito.
No último dia morri.
E foi assim que comecei a viver. Porque o coração bate-nos para que percebamos que estamos vivos. Um dia cansa-se, e pára.
Friday, May 11
Inferno #155: vazios.
O que é que acontece depois do vazio de perceber que afinal estamos todos sós?
O que é que acontece depois do vazio de engolir em seco?
O que é que acontece depois do vazio de escrever para nada?
O que é que acontece depois do vazio de um olhar numa fracção de segundo?
O que é que acontece depois do vazio de água a escorrer pela cara?
O que é que acontece depois do vazio de um trabalho (in)acabado?
O que é que acontece depois do vazio disto?
O mundo afinal não nos prepara para tudo...
Inferno #154: [...]
- Ouvir pela enésima vez as histórias daquela tipa que está deprimida e não admite (porque afinal é o mundo todo, e não ela, que precisa de ser regulado);
- Veres a perfeição e perceberes que é gay;
- Escreveres tudo o que tens que fazer no dia;
- Perceberes que a perfeição gay nunca olharia para ti;
- Não ter cebolas para fazer o refogado;
- Perceberes que a perfeição gay até podia olhar para ti, mas vocês seriam incompatíveis;
- Não ires ao cinema há 'algum' tempo (esta é sobretudo triste);
- Perceberes que a perfeição gay ia ter muitas manias e tu não tens cá pachorra para as aturar;
- Não vais ao cinema porque foste ao teatro;
- Perceber que a moedinha que deste não lhe vai dar para o jantar;
- E ainda por cima a peça estava mal encenada;
- Pensar 'E depois disto o que é que eu vou fazer?';
- Não há cebolas nem azeite! Esta casa não tem nada, pá!;
- 'Vai haver trabalho de certeza. Então mas e se não houver?';
- Ok, venceste, vou jantar fora;
- Quem foi o idiota que inventou os recibos verdes!?;
- As listas são estúpidas, porque podem prolongar-se ad eternum (e acabaste de o perceber).
Thursday, May 3
Inferno #153: Situações de perigo.
Thursday, April 19
Inferno #151: learning to dislove.
I'm seated on your lap, between the love of yesterday and the indifference of tomorrow.
Wednesday, April 18
Inferno #150: O êeeenfase nas palavras.
Inferno #149: Ar de aparvalhada.
Wednesday, April 11
Inferno #148: Pérolas da música - "Burbujas de Amor".
Ora, a estrofe a que me refiro concretamente diz o seguinte (vejam se isto não é lírica pura...):
"Quisiera ser un pez
para tocar mi nariz
en tu pecera
y hacer burbujas de amor
por donde quiera
¡oh! pasar la noche en vela
mojado en ti".
Esqueçamos o facto de a letra ficar bastante mais poética quando traduzida para português (azar o do senhor, que era espanhol...). "Tocar mi nariz en tu pecera"!!?? Ao lado destas palavras, o coelhinho da playboy adquire quase o mesmo estatuto que As Aventuras do Coelhinho Azul (que é parecido às Aventuras de Anita, mas com um coelho [azul] e na floresta). Esta música é romanticamente cantada (e, sim, em espanhol) por cantores românticos em cruzeiros em alto mar (bastante adequado, já que fala de peixinhos) e eventos afins.
Está bem, 'pecera' é, na verdade, 'aquário', mas não me parece que o senhor (Don) Juan estivesse a pensar exactamente num aquário, pois não é dos mais próváveis (ou aconselháveis) sítios para passar o nariz...
Inferno #147: Leituras adiadas.
Eu e tu (sobre)vivemos através das palavras que não trocámos, mas pelas quais ardemos secretamente. É assim que, perversamente, mantemos a chama: a jogar ao gato e ao rato. Não sabemos muito bem como isto acaba (ou se acaba), mas vamo-nos divertindo nas entrelinhas, toda a gente sabe que as conclusões são para os maricas, e existirão sempre os finais em aberto.
Inferno #146: Dans Paris.
Já beijei rostos desconhecidos em sonhos de erva.
Já subi à Torre. Já pensei que "vou voltar, mas não tão depressa".
Já falei com os olhos, com um desconhecido que não vou voltar a ver.
Já me disfarcei de coisas que ninguém sonha, para chegar à conclusão que não há nada que iguale a minha pele.
Já vivi num sítio que agora me parece um sonho. Mas é verdade, eu fui de lá (ainda sou parte dessas águas furtadas que vou levar sempre na memória).
Descobri que "não há nada como a nossa casa". Mesmo que a nossa casa esteja em tantos lugares e tantas pessoas...
Inferno #145: Cartas de rancor e do passado.
Foste o lugar mais estranho do amor em que me sentei. Agora esgotaste-te. Ou esgotei-te, não sei...
Já não existes nas prateleiras do supermercado e eu já não sinto a tua falta, troquei-te por alguém mais confortável.
Sim, eras ardente, mas a tua chama durava pouco mais que o tempo de um olhar e um beijo.
Sunday, March 25
Inferno #144: why don't you like me?
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!(...)"
(Mika - Grace Kelly [viciante])
Monday, February 19
Inferno #143: Socorro, voltei!
(Amo-te,) Paris.