Sunday, October 23

Inferno #42: álcool

Nunca mais bebo álcool!

Acabei de perceber que não posso simplesmente andar por aí a beber e dizer tudo o que penso (ou se calhar até nem penso, são meros ataques momentâneos) às pessoas.

Elas não merecem.

E eu vou arder no inferno, mas é mais que merecido!

Inferno #41: eu.

Sou o ser mais desprezível e arrogante que alguma vez terei oportunidade de conhecer.
Digo o que penso e ao fazê-lo sou altamente irreflectida.
Não tenho noção das consequências que aquilo que digo pode ter.
Sou arrogante e prepotente e egoísta e aborrecida.
Só sei estragar a vida das pessoas e deixá-las infelizes.
Sou um trapo. Não devia ter o direito de respirar, quanto mais de existir.

Odeio-me e quero desaparecer da vida das pessoas de quem gosto, acho que isso seria a única resolução equilibrada que eu tomaria na vida. Percebo que sou cada vez mais odiada e a minha carapaça deixa de ter tamanho suficiente para me esconder.

Por que é que eu tinha de beber uns copos e dizer aquilo que acho? Não podia simplesmente ficar na minha e aturar coisas que só me dão uma comichãozinha nas costas?

Por que é que eu tenho de ser tão cabra, por que é que não sou o ser equilibrado, racional e comedido que tento ser? Foda-se, que inferno!

Saturday, October 22

Inferno #40: sorte! (a prova de que eu tenho muita)

Esta semana voltei a ter a oportunidade de pensar de mim para mim "Epá, sou mesmo uma gaja cheia de sorte":

  • Dormi na casa de uma amiga. Precisava mesmo de acordar cedo, porque tinha uma avaliação no dia seguinte, mas como ela programou o despertador dela para as 7.00, nem me preocupei com o assunto.

Resultado: claro que no dia a seguir não acordei coisa nenhuma às 7.00, eram 8.30 quando estupidamente saltei da cama, porque já estava irremediavelmente atrasada.

  • Vesti-me à pressa, et caetera, saí de casa.

Ao descer as diabólicas (e molhadas) escadinhas ao pé da casa quase caí. E aqui toda a gente pensa "Afinal ela tem sorte...". Não, não, porque consegui torcer o pé!

  • Depois também houve a parte em que o acesso normal estava bloqueado, e por isso tive que arranjar um caminho mais comprido, que inclui lama e ervas, e também a parte em que me enganei no atalho e acabei por dar a volta maior (isto porque é um caminho sempre a direito, e portanto ou se vai para a frente, ou se volta para trás, bifurcações ou a possibilidade de virar para algum lado não existem).

Entretanto começou a chover como se não houvesse amanhã (e eu sem guarda-chuva, porque quando saí de casa achei que ia ter sorte suficiente para não apanhar chuva no caminho, porque afinal é um percurso de 15 minutos...).

  • Cheguei à sala, já a aula tinha começado há quase uma hora, e recebi a maravilhosa (na verdade, indescritível) nota da avaliação da semana anterior. Sentei-me a fazer a avaliação desta semana e apercebi-me que tresandava a fritos e o cabelo estava peganhento.

ODEIO SEXTAS-FEIRAS!

Inferno #39: timing!?

"Timing" é uma bonita palavra. Isto é, é a palavra a que recorrem com frequência para me passar um atestado de idiotice.
"Timing" é, na verdade, o mesmo que "incapacidade de reagir depressa às situações, de modo a agarrar as oportunidades".
Não há cá "questões de timing", há questões de inteligência e falta dela.

Tuesday, October 18

Inferno #38: o meio do mês...

Por que é que as grandes oportunidades surgem no meio do mês, e por que é que é precisamente nessa altura que o dinheiro escasseia?

É que, assumindo a minha enorme quota parte de culpa pelo facto de não ser poupada e organizada, não há sentido nisto!
Por que é que os filmes interessantes e os jantares e saídas não são todos combinados, ou para o princípio, ou para o fim do mês? É que é nessas alturas que uma pessoa tem de facto dinheiro suficiente para esbanjar com alguma inconsciência.
Agora ando a contar os tostões para poder ir ao cinema e comer fora.
Assim não dá...as pessoas têm que se organizar de outra maneira, porque senão não dá, ou bem que começam a combinar as coisas em semanas decentes, ou então combinam para o meio do mês, mas avisando com duas semanas de antecedência, porque assim não dá!

Saturday, October 15

Inferno #37: Last Days.

Sim, é o filme semi-biográfico (acho que acabei de inventar uma palavra) de Kurt Cobain, realizado por Gus Van Sant.
Sim, haveria todas e mais algumas razões para pensar que é um bom filme: o actor principal, Michael Pitt, não tem um mau percurso; o anterior filme de Gus Van Sant é bastante bom e o argumento parece interessante - ninguém precisa de apresentações formais, por alá, é a história de Kurt Cobain, um ícone da cultura musical e juvenil como é raro encontrar (e para além disso há toda a mística [provavelmente provocada por razões meramente comerciais] em torno da morte dele e das razões da morte e blablabla...).
No entanto, estamos perante uma massa semi-amorfa (acabei de inventar outra palavra), à qual muito boa gente não chamará filme.
A fotografia é boa, para o desempenho do actor também não vão críticas, os cenários idem, epá mas o filme, o filme em si, diálogos, cenas (tudo isso que cabe acima de tudo ao relizador planear) são uma bosta intelectual!!
Há muito tempo que eu não via uma coisa com tão pouco ritmo: nos primeiros 45 minutos do filme (sensivelmente metade do mesmo) temos oportunidade de observar Michael Pitt (e o seu corpito enfezado) a vaguear pela floresta, a tomar banho de boxers e ténis, à lareira, a grunhir coisas imperceptíveis e a dizer outras coisas, perceptíveis mas desconexas.
Só após esses 45 minutos de intenso sofrimento é que conseguimos, finalmente, ver um plano de jeito da cara do actor (que, faça-se juz, é mesmo muito bonita) e ouvir a voz de outros actores (sem ser por telefone).
De repente apercebemo-nos de semelhanças com o Elephant (para além de actores jovens e belos): ele utiliza em Last Days a técnica de repetição das cenas com elementos novos, que já havia usado no filme anterior - mas o mais estúpido é que neste filme NÃO SE JUSTIFICA ESSA TÉCNICA, porque há só uma personagem principal, e é em torno dela que gira tudo e é aquilo que gira em torno dela que interessa, e as outras personagens não têm carga dramática suficiente para que se use essa técnica.
Enfim... o filme acaba por ser uma junção de coisas que não são nada de novo: a beleza e juventude, as drogas, a loucura, a ressaca, a solidão, a crise das relações familiares. Enfim, a reacção mais profunda que pode provocar em alguém é um valente bocejo (ou até um ronco, como aconteceu ao velho que estava sentado ao pé de mim no cinema).
É que eu não consigo perceber o que é que passou pela cabeça do sr. Gus Van Sant, será que estava sob o efeito de drogas? Conseguiu um filme visualmente bonito (e com uma interpretação boa), mas o enredo, que podia ter sido extraordinário (é que há, de facto, o livro Últimos Escritos, de Kurt Cobain, e não é uma desilusão, como este filme), nem razoável é - acho que é daqueles filmes que levaria uma bolinha, se o único elemento de avaliação fosse a história.

Inferno #36: sorte!

Há coisas que me aconteceram esta semana que me fazem pensar "epá, sou mesmo uma gaja cheia de sorte":
  • Decidi que ao invés de ir ao meu turno de uma aula, que é às sextas-feiras, iria ao turno anterior, o das quintas-feiras.

RESULTADO: Eu até programei o despertador, mas como sou uma gaja cheia de sorte, a luz faltou nessa noite durante hora e meia (ou seja, algures nas 5 horas que eu dormi) e no dia seguinte quando acordei, o relógio estava atrasado e o despertador desprogramado.

  • Decidi tomar café antes de uma aula das oito da manhã - para conseguir captar alguma coisa de jeito.

RESULTADO: Fui ao bar e já ia pedir o café, mas como sou uma gaja cheia de sorte, percebi que só tinha 9 cêntimos na carteira. Então fui levantar dinheiro (ir à aula sem café é que não!), mas como eu sou uma gaja cheia de sorte não havia dinheiro na máquina (e só voltou a haver quando uma outra pessoa, que não eu, precisou de levantar dinheiro).

  • Decidi levar uma blusa menos decotada, para que não se repetissem incidentes aborrecidos.

RESULTADO: olharam-me para as mamas descaradamente, como se eu não estivesse ali.

Mas será que alguém me pode dizer o que se passa de errado com o universo? É que não é suposto ser assim, ou será impressão minha? Ou isto é só uma longa maré de azar?

Inferno #35: valores.

A conversa surgiu do nada. Algum alcóol à mistura, cigarritos e etecetera.
Acabámos a falar daquelas tretas que se fala quando a bebida bate, ou quando o dia foi comprido: religião, dogmas e valores...
e de que na sociedade actual é muito difícil reconhecer de facto os valores (de inspiração católica, está-se mesmo a ver...) que nos ensinam desde pequenos: a treta de não fazer mal aos outros, ajudá-los, não roubar (...), mas que na prática não verificamos emanar dos outros.
Pois... pensei que cada vez mais me sinto como um mero degrau de escada que alguém bem mais ambicioso que eu vai percorrer. É triste, pensava que era possível ser aquilo a que na nossa cultura se chama uma "pessoa boa", até ter percebido que não é um conceito transversal à minha cultura, muito menos ao universo, e que portanto pouco importa ser uma "boa pessoa", importa mais ser uma "pessoa ambiciosa".
Na verdade, acho que se estão todos a cagar para o facto de eu ser uma boa ou má pessoa, isso só constitui factor de interesse ou importância quando eu me encontro nos objectivos de alguém (sinceramente não sei se estou).
Triste mesmo foi ouvir uma das pessoas que mais admiro dizer que, infelizmente, os valores que lhe tinham ensinado (católicos, claro está... há que cair sempre no mesmo erro...) não serviam para absolutamente nada - "de que é que serve que eu seja bom e honesto e ajude, se vai haver sempre um filho da puta a lixar-me por trás!?".

Monday, October 10

Inferno #34: o tempo - parte 2.

Maldito furacão Vince!!!
Não podia ir para os E.U.A., tinha que se lembrar da Europa.
Ah, se o ódio matasse esse furacão teria sido engolido por uma frente fria logo à nascença!

Inferno #33: o tempo.

Fotografia tirada deste site.
Começou a chover.
Já estou com dores de cabeça, e sinto-a a pesar toneladas.
Nãooooooooooooo!!!
Ainda para mais hoje tenho de ir para Lisboa.
Não quero!
Quero ficar onde me sinto em casa, onde faz mais frio mas também há mais calor.
Quero deitar-me no sofá e esquecer que amanhã tenho aulas.
Quero dormir por baixo de uma pilha de cobertores, com a minha gata em cima, sem ter de pensar que amanhã vou para a faculdade vestida como um esquimó.
Quero beber chá e comer torradas e fazer isso todos os dias, sem pensar nos quatro trabalhos que tenho de fazer.
AJUDEM-ME!!
(Acho que estou perante a primeira crise existencial de Outubro.)

Saturday, October 8

Inferno #32: vertigem.

Estou...
Com o coração pesado
Um vómito prestes a sair
uma dor intensa no peito.

Sinto...
A minha respiração hesitante
De menina amedrontada.

Penso...
"Não devia pensar nisto."

Oiço...
A música eléctrica que tapa o barulho da minha respiração.

Sou...
De uma sensibilidade imbecil
Que me esquarteja por dentro.
Quero viver a luxúria que me está prometida,
Não quero nem pensar no ódio que se constrói em mim.

Gostava
De ser amor,
Mas tenho um sabor amargo na boca
De um beijo que não existiu.

Inferno #31: filho da puta!

Tenho uma coisa para dizer a esse filho da puta: és tão irritante, mas tão irritante, que me fazes cair de quatro.

Odeio a cor maravilhosa dos teus olhos e odeio tudo em ti, por isso é que as pernas tremem e as palavras se atropelam para sair pela boca.

Deixas-me fora de mim com poucas palavras, ah como eu te odeio!

Um dia eu vingo-me e a partir daí vais odiar-me tanto como eu te odeio agora.

Inferno #30: 3.00 da manhã.

Insónia paralisante.

Nunca mais bebo café à noite.

Friday, October 7

Inferno #29: sentido de oportunidade de um cabrão!

Domingo há eleições, certo?
Mas por que é que os professores têm que aproveitar esse tipo de oportunidade para mandar trabalhos, ou seja, tenho de fazer trabalhos de observação das emissões televisivas no dia de eleições.
Que sentido de oportunidade do cara***!!
E nos anos em que não há eleições, o que é que ela manda fazer aos alunos da cadeira?

Inferno #28: música.

Já vos aconteceu estar numa sala a ouvir música e ter TANTA vontade de saltar e dançar perdidamente, mas não poder??

AAHHHHHHHHHHHHHH, que desespero!

Tuesday, October 4

Inferno #27: mamas - parte 2.

É que se as gajas fizessem semelhante, não haveria conversa possível.
Imagine-se, se as gajas, durante conversas com gajos, olhassem directamente para a parte de baixo, isto é, para certas e determinadas saliências que por vezes se verificam nessa zona do corpo masculino.
Seria absolutamente caótico: o contacto visual não existiria...

Agora que penso nisto, há de facto muita coisa neste mundo que se deve ao género feminino; se não fôssemos nós e o nosso fantástico discernimento e controlo sobre os nossos próprios impulsos, não existiria contacto visual.
Ah ah ah!, ofusquem-se com o meu brilho!

Inferno #26: mamas.

fotografia de Cindy Sherman (da série de retratos históricos)

Por que é que os gajos tem sempre que dar a sua espreitadela para as mamas das gajas quando estão a falar com elas?