Tuesday, December 27

Inferno #60: Incertezas...

L - Então e ele é como?
A - (...) Sei lá..., é porreiro...
L - Hm. Mas tu também és porreira! Agora só falta juntarem a vossa porreirice!
A - Hm (!?)
L - Sim! E fazer uma porreiraça!






Será!?

Wednesday, December 21

Inferno #59: Plágios.

Hoje em dia é muito difícil encontrar uma ideia original (já nem digo original boa... se formos procurar qualidade, então é que nunca mais saímos daqui...).
Este ano, a novidade são os Pais Natal [e não é "pais natais" que se diz, não] "trepadores", todo um novo conceito, produzido na Lapónia (sim, pelos duendes em pessoa!) e exportado para Portugal via Trenó de Alta Velocidade (sim, foi aí que nasceu o TGV, mas como era caro e perigoso fazê-lo com trenós, decidiram adaptar para comboios).
Até aqui tudo bem, somos um país acolhedor, temos gosto em receber pessoas de diferentes etnias e religiões, mesmo que se vistam de vermelho, como se fossem palhaços, e tenham estranhos hábitos. O que realmente me irrita, é que de repente toda a gente fale no raio dos Pais Natal "trepadores". Tornou-se uma epidemia, está em vários blogs e inclusive programas de rádio e televisão (daqueles que só algumas pessoas, como eu, vêem e ouvem).
Posto isto, a única coisa que eu peço a esses senhores e senhoras que amavelmente nos (re)brindam com a história dos Pais Natal "trepadores" (que geralmente é acompanhada de uma ou mais imagens com a dita figura), é que inventem algo de novo, não plagiem coisas com as quais já fomos amavelmente brindados por outros senhores e senhoras. Pode até ser que a vossa ideia original não tenha pernas para andar e não tenha o mesmo sucesso que os Pais Natal "trepadores", mas pelo menos tentaram inventar alguma coisa vossa (e até pode ser que pegue...).
É que a história dos Pais Natal "trepadores" [chiça!, tenho que arranjar uma sigla para esta expressão!] não é assim tão hilariante (eu pessoalmente até acho mais graça ao anúncio em que um tipo pergunta como é que é possível que a caixa negra do trenó se tenha perdido...).
Enfim, com isto tudo eu própria fiz publicidade ao tema da moda do Natal de 2005 (mas foi por uma boa razão - como foi para maldizer, estou desculpada).
Ah!, e já que estamos numa de proibir de forma fascista certos temas de conversa (mediática) da quadra natalícia (e para despachar este assunto de uma vez), também não é grande ideia (porque não é original, lá está...) falar nos seguintes assuntos:
  • A seca de ir comprar prendas em cima do dia 24, porque as lojas estão cheias de pessoas, mas com pouca mercadoria (a preços exorbitantes) e as filas dão duas voltas, sobem e descem as escadas - meus amigos, sofremos todos do síndrome da prenda de última hora (e acontece todos os anos, por isso não é nada original). Comprar uma prenda (ou várias) perto do Natal é bom sinal, quer dizer que temos trabalhado muito, que temos dinheiro e faz-nos ver que não somos os únicos;
  • A seca de ter que aturar a tia Joaquina e o primo Zé, que nem sequer sabem muito bem quem vocês são. Mas onde está o espírito natalício, pá!? O Natal é mesmo assim, é feito para aturar familiares cujos nomes nem nos lembramos (e se forem homens com mau hálito ou mulheres com barba, então é realmente Natal) - acham que os Reis Magos faziam mesmo questão de passar meia-dúzia de noites frias de Inverno, a viajar para o cu de Judas, para chegar a um palheiro sem saneamento básico?;
  • As eleições presidenciais. Só se pode falar nisso depois do Natal. Sim, eu sei que é uma grande excitação e que é raro (perigosamente raro) umas eleições tão perto da ressaca de ano novo, mas tenham paciência! O menino Jesus nasceu quando o processo eleitoral estava muito longe de ser democrático e aguentou bem toda essa pressão (e com certeza que os pais dele tinham uma panóplia de assuntos sobre que falar, que não incluissem a política).

Há muitos assuntos de conversa para além destes, não desesperem! Esta é apenas uma pequena lista de censura (que urgia ser feita) a assuntos de conversa já demasiado explorados pelos média durante o Natal. Projectem as vossas mentes para outros assuntos e descobrirão uma série de temas interessantes e por explorar (mesmo que se relacionem com o Natal - por exemplo, a questão da "gravidez divina" de Maria permanece na obscuridade há 2005 anos...).

Se me lembrar de outros assuntos já extensamente tratados nesta época, acrescento à lista (e aceito sugestões para temas de conversa novos ou para temas a censurar).

Os plágios andam aí...

Sejam originais!

Tuesday, December 20

Inferno #58: falta de tempo

para ouvir as músicas que arranjei.
Bahh, odeio férias de ponto! Agora queria ouvir Nina Simone e Pixies e e ...
E não posso!



Raios partam as férias de ponto e o Natal e raios partam os sapos!

Sunday, December 18

Inferno #57: Smashing Pumpkins.

Matem o filho da puta do Billy Corgan!

Decidi tirar o pó aos meus Cd's dos Smashing Pumpkins e não foi preciso ouvir mais que duas singelas músicas para me arrepender amargamente.







Já me tinha esquecido de como estes gajos são bons (volta Billy, volta!).
É a puta da loucura!

Inferno #56: Crestfallen.

Ouvir...

E de repente já me pergunto tudo...





«who am I!?»

(e eu sabia que ouvir músicas deprimentes de madrugada, durante um sábado [e sem uma pinga de alcóol em cima], não podia dar bom resultado).

Inferno #55: timidez.

A timidez é uma corrente.
Sou muito num momento, no outro anulo-me.
De que valem instantes de bravura,
Se nos instantes seguintes toda a coragem do mundo que me acompanhava desaparece
E os joelhos já só tremem, e eu já só sorrio?

Inferno #54: a puta da lágrima que cai, mesmo quando está tudo bem...

«Tear

The lights came on fast
Lost in motorcrash
Gone in a flash unreal
But you knew all along

You laugh the light
I sing the songs
To watch you numb

I saw you there
You were on your way
You held the rain
And for the first time Heaven seemed insane
Cause heaven is to blame
For taking you away

Do you know the way that I can?
Do you know the way that I can't lose?
Do you know the things that I can?
Do you know the things that I can do?
Where is your heart? where is your heart gone to?
Tear me apart
Tear me apart from you

You laugh the light
I cry the wound
In gray afternoons

I saw you there
You were on your way
You held the rain
And for the first time Heaven seemed insane
Cause heaven is to blame
For taking you away

The lights came to pass Dead opera motorcrash
Gone in a flash unreal I
n nitrous overcast

Do you know the way that I can?
Do you know the way that I can't choose?
Do you know the things that I can?
Do you know the things that I can't lose?

Tear me apart
Tear me apart from you
Where is your heart?
Where has your heart run to?»

Smashing Pumpkins, «Tear»

Sunday, December 11

Inferno #53: burro!

Eu prendo o burro
Tu prendes o burro
Ele/Ela prende o burro
Nós prendemos o burro
Vós prendeis o burro
Eles/Elas prendem o burro



...sem motivo aparente para tal...

Saturday, December 10

Inferno #52: as festas - 2.

Festival de dois dias, entrada à borla para gajas. Decido ir um dia só, que a minha vida não é isto.
21.30 - Janto.
22.00 - Começo a arranjar-me com o intuito de estar preparada pelas 22.30.
22.30 - Ainda não estou preparada.
22.40 - Continuo a não estar preparada.
22.45 - Saio de casa a voar para apanhar o autocarro.
22.47 - Chego à paragem e apercebo-me que o autocarro saiu às 22.40.
23.00 - Apanho o autocarro seguinte.
23.20 - Chego ao local, onde encontro as minhas amigas, e apercebo-me que não abre antes das 00.00.
23.30 - Vou tomar café.
00.20 - Venho do café; entro na festa.
Exploro o sítio, dou voltas para cima e voltas para baixo, encontro pessoas conhecidas que me levam à sua barraquinha dos brincos, "não, eu não quero comprar brincos, já tenho muitos em casa, faço alergia! Mas a barraca está muito fixe, pode ser que consigas vender alguma coisa". Encontro mais conhecidos. Bebo uma caipiroska. Viva a vodka! A cabeça roda ligeiramente. Danço hip hop de uns gajos que nunca ouvi falar, meia hora depois estou a dançar house e passados vinte minutos atinjo o nirvana com reggae.
Bebo outra caipiroska. Ooohhh... o mundo é tão bonito! Toca lá mais um bocadinho, sr. do jambé.
Salto freneticamente ao som de músicas merdosas de tunning. A mitralhada observa tudo, como se nós não percebessemos que estamos a ser observadas... A cabeça abana por si mesma, por várias vezes ameaço cair dos degraus, mas é a música que o exige.
Voltamos ao reggae, onde o cheiro a 'incenso' é brutalmente anestesiante. Vá, venha de lá mais meia hora de dança, desta vez a arrastar os pés ou a saltar, "que a vida dura um dia e o festival dura dois e a caipiroska não dura para sempre".
O Jota vem falar connosco, esforçando-se por mostrar o seu melhor ar de galã, "Então meninas, estão a dibertir-se?" "ah ah, sim sim [sorriso amarelo]".
Depois há o estúpido que começa a falar em francês, mas se descai e afinal é português.
Depois há também a parte em que, ao som de um rock rasca, eu tento provar o rum com cola do sr. E., mas não consigo porque entorno tudo para a camisola e nada para a boca. "Eu não fiz de propósito", digo desorientada.
Depois há também os dois italianos com boa pinta que vêm dançar connosco, mas acabamos por perceber que afinal é um italiano com boa pinta e um português com uma pinta duvidosa, que sabe falar italiano .
E há ainda a parte em que encontro o maravilhoso e esplendoroso sr. careca, que apanha o mesmo autocarro que eu todos os dias. Meu Deus (é nestas alturas que eu acredito que há Deus), como ele é divino! É tudo, tudo nele é belo e harmonioso, e o fumo do 'incenso' (que eu inalo dos 'canhões' outros) também ajuda a divinizar a questão.
Acabamos por perceber que a festa está a acabar, "xiii como está aquela tipa, raramente falo com ela, mas nas festas tornamo-nos sempre muito amigas, e geralmente ela embebeda-se muito mais que eu, mas a tipa tem mesmo que beber muito, com toda aquela massa corporal...".
05.30 - Chego a casa. Home sweet home, como eu adoro estes degraus até ao 3.º andar!! Amo-vos, neste momento era capaz de vos beijar.
05.45 - Banho tomado e dentes lavados. Vou arrumar a loiça da cozinha e limpar a bancada.
06.10 - Agora lavar o chão da cozinha e varrer o do quarto.
06.30 - Já que estamos numa de ser limpinhas, pôr a roupa suja no cesto, arrumar as malas e fazer a cama.
06.40 - Um bocadinho de televisão não faz mal a ninguém...
07.00 - Cama...hmmm...cama...

Saturday, December 3

Inferno #51: pesadelo - parte 2.

Quando a nossa vida se torna um pesadelo, o que há a fazer?
Não será a opção mais correcta deixarmo-nos arrastar pela corrente?
Não será melhor pesadelarmos, ao invés de tentarmos acordar de um pesadelo ao qual nos acomodámos?

A Persistência da Memória, quadro de Salvador Dali (retirado deste site)

Inferno #50: pesadelo.

Eu pesadelo
Tu pesadelas
Ele/Ela pesadela
Nós pesadelamos
Vós pesadelais
Eles/Elas pesadelam

Thursday, December 1

Inferno #49: gritar.

Pormenor de O Grito, de Edward Münch (neste site)
Gritar e esquecer que estou cá. Hoje preciso de gritar muito e fazer desarrumações, só para me arrumar por dentro.

Inferno #48: Inquietude

Cega-me,
Hoje preciso de fingir que o mundo não existe.
E se eu sair lá para fora,
Protege-me,
Faz-me esquecer os dias fúteis de ar cinzento e cheiro a fumo de tabaco.

Cobre-me a cabeça de verniz,
Plastifica-me,
Expõe-me numa vitrine qualquer.
Mas, por favor, não me deixes só,
Porque o mundo não faz sentido se tu não estiveres a meu lado a diabolizar-me.

Eu já não sei ser eu,
Sou só uma parte incompleta de ti,
E se não estiveres aqui, eu anulo-me...