Monday, April 28
Inferno #215: Morrer aos bocados.
Lia coisas terríveis nos jornais e já andava a comer mal há semanas. Já não estava com amigos há meses, já não respirava ar que não fosse contaminado. Nem sonhava, nem sorria. Andava preocupada com coisas que não conseguia resolver e atormentada com um amor não correspondido de há um ano atrás. Pareceu-lhe bastante natural quando, um dia, caiu na calçada e deixou de respirar. Afinal o que andava ela a fazer há meses, se não a morrer aos bocados?
Inferno #214: Guardar segredos.
Haverá maior ratoeira?
E se um dia sou apanhada a guardar o segredo de alguém?
E se um dia sou apanhada a guardar o segredo de alguém?
Inferno #213: Bonecas Russas.
As pessoas são como bonecas russas: enormes e grosseiras por fora.
Aos poucos, conseguimos descascá-las, pô-las a descoberto até chegarmos a um ser muito pequeno, delicado e encantador. Mas só podemos vislumbrar esse coração perfeito por breves instantes: na grande parte do tempo, limitamo-nos a ser a camada exterior grosseira, de cores berrantes e madeira envernizada.
Aos poucos, conseguimos descascá-las, pô-las a descoberto até chegarmos a um ser muito pequeno, delicado e encantador. Mas só podemos vislumbrar esse coração perfeito por breves instantes: na grande parte do tempo, limitamo-nos a ser a camada exterior grosseira, de cores berrantes e madeira envernizada.
Inferno #212: o que será, será...(?)
É esmagador o vazio que se sente antes de começar uma coisa que se espera ser realmente importante. Um passo que se dá no nada, na esperança de que continue a haver terra firme debaixo dos pés. É... Um medo terrível de que nada corra como se espera. É isso mesmo: medo.
Aposto nisto ou deixo-me estar no meu canto, que não me preenche mas é relativamente confortável? E se, no fim de contas, nada der certo, o que é que acontece ao castelo que entretanto se construiu na cabeça? Desmorona, pura e simplesmente!? Mas e então, o que será de nós, a reconstruir um sonho a partir do zero, quiçá vezes e vezes sem conta?
Aposto nisto ou deixo-me estar no meu canto, que não me preenche mas é relativamente confortável? E se, no fim de contas, nada der certo, o que é que acontece ao castelo que entretanto se construiu na cabeça? Desmorona, pura e simplesmente!? Mas e então, o que será de nós, a reconstruir um sonho a partir do zero, quiçá vezes e vezes sem conta?
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