Monday, August 15

Inferno #11: GRRRRRRRRRRRRRRRRRR...

Ah! Como eu odeio.
Eu simplesmente odeio.
Mas que mal é que eu fiz para merecer isto!? Cabra, cabra. Pior, vaca LEITEIRA.
Se eu tiver feito mal a alguém, e se foi por causa desse mal que isto me está a acontecer, eu ofereço-me aqui para pedir desculpas e me retratar publicamente perante a pessoa (ou as pessoas, porque tem que ser algo muito grave) que magoei.
Eu prometo, vou ser uma santa, uma tipa porreira, mas isto é de mais, ou é suposto ser mesmo assim??
Com tanta gente má para lidar com cabras destas, porquê eu? GRRRRRRRRRRRRRR!!
Mas isto não fica assim, porque eu acredito na vingança, e se não for a vingança serão o silêncio e a superioridade esmagadores, mas tem de haver um modo de fazer com que o o excremento vá para o sítio de onde nunca deveria ter saído. Simplesmente tem de haver modo.

Tuesday, August 9

Inferno #10: os falsos amigos.

Comunicado aos meus falsos amigos:

Get a life!
Estou farta daqueles amiguinhos que gostam muito de falar e falar e falar (...) de uma fantástica amizade (entre mim e eles) que na verdade não existe. É isso que me faz ter sérias dúvidas quanto à saúde mental dessas pessoas que, ou já foram sérios amigos, ou nunca estiveram sequer perto de o ser. Partindo do princípio que uma amizade é construída (e mantida) a dois, é suposto as duas partes terem consciência daquilo que têm 'entre mãos'... Então, se eu tenho noção que uma relação não é uma amizade, por que é que a outra parte não tem também noção disso? Mas porquê bater na mesma tecla?
Se não está destinado ao entendimento mútuo, não está; forçar não leva a nada...

Inferno #9: as músicas deprimentes (ou como ficar mais deprimido numa depressão).

São das piores coisas que podiam ter criado. É inexplicável, mas sempre que estou deprimida acabo por ouvir músicas depressivas. E, assim, acabo a chorar baba e ranho ao som de uma música que me segreda ao ouvido "atira-te da ponte, não é que a situação melhore, mas pelo menos não vais estar cá para a ver piorar".
O mais inexplicável na música depressiva, é que é a única coisa que resulta numa depressão, criando uma dependência ridícula relativamente ao som arrastado de guitarras, marcado pelo compasso lento de uma bateria.
No fundo, os 'grandes' desalentos da minha vida foram acompanhados por músicas de Portishead ("Glory Box" que, segundo sei, é das músicas mais ouvidas durante as melancolias da vida, e "Roads", a minha preferência pessoal - três vezes pior que "Glory Box"), Rodrigo Leão (não vou dizer o nome das músicas, porque é um número absurdo de músicas deprimentes) e (a mais nova aquisição do reportório) Velvet Underground ("Perfect Day", da banda sonora de Trainspotting - é de saltar, sem hesitações, da dita ponte).
Depois, as músicas deprimentes acabam por tornar-se a ténue e amarga memória de uma melancolia passada que se recorda de forma nostálgica de cada vez que ouvimos tais canções.

Sunday, August 7

Inferno #8: a temperatura

está insuportável. A roupa cola-se ao corpo e o calor não me deixa dormir. Estou com olheiras descomunais para quem está de férias, o que estraga por completo o meu bronze; tenho vontade de curtir com um gajo, mas o gajo não está cá. O que é que é suposto eu fazer na planície alentejana em Agosto, com uma temperatura estupidamente elevada e um bronze fantástico, quando o gajo não está cá? É que com temperaturas destas não há criatividade que resista.

Inferno #7: o gajo da discoteca.

Eu tenho que partilhar este inferno particularmente irritante: fui a uma discoteca de uma terra qualquer que eu já nem me lembro do nome, ou seja, nunca mais na minha vida pretendia (ou pretendo) voltar lá. Ora como eu sou uma pessoa com uma sorte 'daquelas' (...), tinha que encontrar precisamente nesse dia a maior chaga da minha vida: um gajo que passou toda a noite a olhar para mim, e que eu acabei por conhecer porque sou uma alma caridosa e pensei 'eu nunca mais o vou ver na vida, ao menos posso fazer com que se sinta importante por momentos' (para além do que há sempre aquela teoria de que aquilo que fazemos de bom e de mau é nos devolvido com intensidade triplicada...). Pois bem, tornou-se uma chaga total, daquelas que se bloqueia no messenger (e se finge estar ausente) e se guarda o número de telemóvel para não atender sempre que telefona; daquelas chagas, no fundo, para quem não estamos nunca.
Deixo aqui o aviso: se se aperceberem de um gajo a olhar e a sorrir insistentemente para vós numa discoteca e não tiverem o menor interesse nele, FUJAM, não lhe liguem, não sejam simpáticas (mesmo que a simpatia seja uma das vossas virtudes mais vinculadas) com ele, ele vai tornar-se a chaga da vossa vida.

Inferno #6: Bridget Jones, Cathy e Maitêna.

Não posso ler e ver tais coisas: acabo por sentir-me de facto uma mulher... estúpida?

Inferno #5: a pseudo-intelectualidade

é um verdadeiro inferno! Não a suporto e ela rodeia-me incessantemente, cruzo-me todos os dias com indivíduos com ar de chico esperto (os chamados mandachuvas literários). Na verdade, são pessoas um bocadinho tristes, não têm muita consciência que só dizem baboseiras e coisas que não interessam ao menino jesus, falam de forma prepotente, formulando teorias onde as contradições são múltiplas. Geralmente confundem os autores e não conseguem passar sem a bela intervenção (pública) em que dizem as coisas ao contrário, acabando por provocar aquela gargalhada discreta que se espalha pelos ouvintes de tamanhas verborreias.
O mais irritante nesses seres abjectos é quando temos que aturar as suas longas dissertações durante espaços de tempo que parecem ser esticados até ao limite. O sonho dos pseudo-intelectuais é, na verdade, atingir a verdadeira intelectualidade.
Pois é, todos temos as nossas utopias...

Saturday, August 6

Inferno #4: livros de auto-ajuda.

Se há coisa que não tolero são os livros de auto-ajuda. Este tipo de 'literatura', muito popularizado pelos célebres filmes da Bridget Jones, é uma das mais execráveis modas, porque ao invés de ajudar como é suposto, piora a situação, não resolvendo absolutamente nada. Desde quando é que tudo resulta de modo igual para todos!?

Inferno #3: o espelho.


"Em palavras não tão cerimoniosas, estes homens e estas mulheres, diante do espelho da sua vida, cospem todos os dias na cara do que foram o escarro do que são."

José Saramago, Ensaio Sobre a Lucidez.

"Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio,
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o outro."

Mário de Sá-Carneiro, "O outro".

Inferno #2: as festas.

Odeio festas. Quem nunca foi a uma? São uma perfeita seca as festas que frequento: combino ir sempre com um grupo de colegas/"amigas"; à última da hora a minha única amiga que ia (e esta é sem aspas) acaba por não poder vir porque adoeceu, mesmo assim vou, já sei que terei que aguentar um grupo de cobras venenosas que dançam (há quem lhe chame dançar...) como se dançassem mesmo assim (parece que estão a ter um ataque epiléptico) e que passam a noite a mandar (não só a mim como a outros presentes) indirectas ridículas de quem não tem mais nada que fazer para alem de ser cabra (ou cobra, conforme a preferência zoológica). A música é geralmente frustrante, porque sempre igual, encharco-me em vodka limão (10% limão, 85% vodka, 5% gelo), sinto-me mal disposta e só saio da festa pelas 05.30, porque só a partir dessa hora há autocarro. Depois há sempre o gajo feio (e de tendências político-partidárias duvidosas) do bar que se tenta atirar a mim (por isso se explica a estranha composição da vodka limão), e o gajo giro (e atractivamente liberal) que eu gostava que se atirasse a mim e ao qual tento dirigir olharezinhos simpáticos toda a noite (mas acabo por ser consumida por ataques de timidez). Volto para casa no autocarro amarelo da carris das 06.00, que está recheado de pessoas que vão trabalhar; atordoada encosto a cabeça ao vidro e sinto-a tremer de uma forma irritante. Chego a casa (depois de subir não sei quantos lances de escadas) e olho-me ao espelho, vendo os restos de uma maquilhagem e indumentária "maravilhosas" que agora me parecem ordinárias; visto o pijama e o meu riso e falta de equilíbrio acusam o excesso de alcóol no meu "pseudo-sangue". Durmo sobre o assunto e acabo por ter pesadelos horríveis em que entram o gajo giro e a festa infernal. No dia seguinte, ainda atordoada, acabo por perceber que sou mesm0 estúpida e não devia ir a festas que prometem muito e realizam pouco.

Inferno #1: a paixão.

Recuperada há pouco tempo de um enamoramento pouco convencional, dei comigo a pensar que já sou muito grandinha para continuar a ter paixões liceais, que acabam por não dar em nada: apaixono-me, geralmente por um gajo do qual pouco sei para além do nome, choro como uma madalena arrependida (mas porquê, se eu mal conheço o gajo?), sonho com coisas muito muito absurdas (isso quando estou mesmo obcecada), tento negar tudo e no fim não acontece absolutamente nada, mas nada mesmo. Começo a achar que o problema é mesmo meu. Mas o que é que há de errado?! Por que é que eu me apaixono, por que é que nunca resulta, não é suposto apaixonarmo-nos por pessoas que minimamente nos correspondam (com gestos, com o olhar...)? Então por que é que eu me engano repetidamente e acabo sempre por me apaixonar por Pedros, Luízes e Zés ninguém?